Brasil

Em sabatina, Aras critica Operação Lava-Jato e defende classe política

Sabatinado por senadores para ser reconduzido ao cargo, procurador-geral da República fez referência ao antecessor Rodrigo Janot logo na primeira fala para comissão

Em sabatina, Aras critica Operação Lava-Jato e defende classe política
 (Pedro França/Agência Senado)

Em sabatina, Aras critica Operação Lava-Jato e defende classe política (Pedro França/Agência Senado)

AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de agosto de 2021 às 12h32.

Última atualização em 24 de agosto de 2021 às 13h16.

Na fala inicial em sua sabatina à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o procurador-geral da República, Augusto Aras, fez críticas à Operação Lava-Jato. Em referência ao seu antecessor, Rodrigo Janot, o atual procurador disse que "poderia distribuir flechadas, criminalizando a politica", mas não o fez. Ele defendeu que "cada político merece dignidade".

— O modelo das forças-tarefas, com pessoalização, culminou em uma série de irregularidades que vieram à público, tais como os episódios revelados na 'Vaza Jato', a frustrada gestão de vultosas quantias arrecadadas em acordo de colaborações e acordos de leniência, por meio de fundos não previstos em lei — disse Aras aos parlamentares.

Ele afirmou ainda que as forças-tarefas tinham "deficiência de institucionalidade, sobretudo em alguns procedimentos de investigação". Isso, na visão do procurador, culminou em uma lacuna de documentos, o que prejudicou o princípio da impessoalidade.

Aras tem boa aceitação no Senado justamente por suas críticas à Lava Jato. Durante sua gestão, a PGR acabou com as forças-tarefas de Curitiba, São Paulo e do Rio, substituindo-as por um novo modelo, com menor estrutura de apoio. Ele também teve embates frequentes com os investigadores da operação, por causa da tentativa de obter cópia das bases de dados sigilosas e do esvaziamento das estruturas.

O procurador também declarou que não permitiu que o Ministério Público "quisesse se substituir ao Legislativo, ao Judiciário ou ao Executivo" e defendeu a separação dos Poderes:

— Cumprir a Constituição é compreender a separação dos Poderes, é poder saber que o dever de fiscalizar condutas ilícitas não dá aos membros do Ministério Público nenhum poder inerente aos poderes constituídos, harmônicos e independentes entre si.

Acompanhe ao vivo

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:Augusto ArasPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaSenado

Mais de Brasil

Posso tirar o nome do meu pai/mãe da certidão de nascimento?

Lewandowski limita atuação da PRF em operações fora de rodovias

Em balanço, Tarcísio diz que SP vai atrair R$ 1 trilhão e que desvios de PMs serão punidos

Não vamos dar isenção de IPVA para carro que vai ser produzido na Bahia ou no exterior, diz Tarcísio