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Em resposta a Lula, Bolsonaro diz que país não é governado por cachaceiros

Em entrevista concedida na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, Lula disse que país é conduzido por um "bando de malucos"

JAIR BOLSONARO sobre governo Lula: "Quem era o time dele?" (Adriano Machado/Reuters)

JAIR BOLSONARO sobre governo Lula: "Quem era o time dele?" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de abril de 2019 às 13h40.

Última atualização em 27 de abril de 2019 às 15h34.

Brasília — Condenado e preso na Operação Lava Jato, Lula fez a crítica em entrevista aos jornais El País e Folha de S. Paulo, autorizada pela Justiça e realizada na sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde o petista cumpre a pena pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Bolsonaro afirmou considerar um erro da Justiça a autorização para a entrevista.

"Olha eu acho que o Lula, primeiro, não deveria falar. Falou besteira. Maluco? Quem era o time dele?", perguntou o presidente. Ele mesmo respondeu: "Grande parte está preso ou está sendo processado. Tinha um plano de poder onde, nos finalmentes, nos roubaria a nossa liberdade, ok?. Eu acho um equívoco, um erro da Justiça ter dado direito a dar uma entrevista. Presidiário tem que cumprir sua pena."

Previdência

Sobre a reforma da Previdência, Bolsonaro afirmou que a proposta "não pode ser desidratada". Segundo o presidente, se o texto aprovado pelo Congresso Nacional representar uma economia abaixo de R$ 800 bilhões isso será o mesmo que "retardar a queda do avião".

"Ela (a proposta) não pode ser desidratada, tem um limite. Abaixo disso apenas, como disse Paulo Guedes (ministro da Economia), vai retardar a queda do avião. O Brasil não pode quebrar. Nós temos que alçar um voo seguro para que todos possam se beneficiar da nossa economia", afirmou.

Bolsonaro fez o comentário ao abordar críticas do presidente da comissão especial que analisa a proposta de emenda à constituição (PEC) da reforma, o deputado Marcelo Ramos (PR-AM). O parlamentar afirmara que Bolsonaro prejudica a reforma ao falar dela. Na quinta-feira, o presidente disse a jornalistas, durante café da manhã no Palácio do Planalto, que uma economia de R$ 800 bilhões seria um ponto de inflexão positivo na economia. Um valor abaixo, na sua avaliação, poderia levar a uma crise como a da Argentina. A proposta original da equipe econômica, porém, previa mais de R$ 1 trilhão de economia ao governo.

O presidente argumentou, ainda, que existe uma relação de respeito mútuo entre ele e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e disse que todos os brasileiros dependem da ação conjunta de ambos. Bolsonaro observou que pretende conversar com o deputado a respeito de declarações dele sobre seus filhos, associados por Maia a "loucuras" do governo.

Em entrevista ao site Buzzfeed, Maia afirmou que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) vive um "momento de deslumbramento" e é quem, na prática, comanda as Relações Exteriores do País. De acordo com o site, Maia disse, ainda, que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) "pode ser doido à vontade", mas "todos estão convictos" de que, na prática, é o próprio Bolsonaro quem comanda essas ações nas redes sociais.

"Eu tenho certeza de que isso é um fake (falso). Eu gosto do Rodrigo Maia, ele tem respeito comigo e eu tenho por ele. Mandei mensagem via Onyx (Lorenzoni, ministro da Casa Civil) para ele ontem à noite dizendo que o que nós dois juntos podemos fazer não tem preço. E 208 milhões de pessoas precisam de mim e dele, e grande parte de vocês. Rodrigo Maia é pessoa importantíssima para o futuro de 208 milhões de pessoas. Espero brevemente poder conversar com ele", afirmou.

Perguntado sobre a intenção do Ministério da Educação de reduzir verbas para cursos superiores de Ciências Humanas, como Sociologia e Filosofia, Bolsonaro não detalhou como a medida se daria. "Precisamos formar bons profissionais que sejam úteis para o Brasil e não formar militantes", disse.

 

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