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Em Nova York, Alckmin critica pessimismo exagerado no Brasil

Governador disse também que a presidente Dilma Rousseff precisa aproveitar para fazer reformas logo no início de seu segundo mandato


	Geraldo Alckmin: "Pessimismo é exagerado. Saímos do 'Brasil mania' para o Brasil fobia'", disse
 (Rafael Cusato/Contigo)

Geraldo Alckmin: "Pessimismo é exagerado. Saímos do 'Brasil mania' para o Brasil fobia'", disse (Rafael Cusato/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 20h06.

Nova York - O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, criticou o pessimismo exagerado atualmente no Brasil e afirmou em uma apresentação para investidores em Nova York que a presidente Dilma Rousseff precisa aproveitar para fazer reformas logo no início de seu segundo mandato.

"Pessimismo é exagerado. Saímos do 'Brasil mania' para o Brasil fobia'", disse o governador.

"Há muita ansiedade, na política, na imprensa e na economia. Então às vezes nós vamos para os extremos", disse o governador. "O Brasil de alguns anos atrás era a 'bola da vez'. Não era bem assim. Havia um conjunto de desafios que não estavam vencidos", completou.

"Agora é o contrário. Vai tudo mal, um pessimismo total. Também não é verdade. Temos sim, alguns desafios, que precisam ser enfrentados já agora no começo do ano que vem", Alckmin afirmou em sua apresentação durante um almoço na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Entre as reformas, o governador de São Paulo destacou como prioridade a reforma política. "Temos hoje no Brasil, 32 partidos que disputaram a eleição. A fragmentação partidária enfraquece os partidos, exacerba o personalismo, dificulta a governabilidade."

A fala do governador tucano destoa do tom quem vem sendo adotado pelo PSDB após a apertada vitória, com cerca de 3,5 milhões de votos de diferença, da presidente Dilma Rousseff sobre o tucano Aécio Neves.

O senador mineiro e outros correligionários, inclusive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fazem várias críticas à situação econômica do País e à gestão da presidente na área, a quem acusam de "estelionato eleitoral" por ter adotado medidas como o aumento da taxa de juros.

Reformas

Alckmin citou ainda a necessidade de reforma fiscal e tributária.

"Quanto mais rápido enfrentarmos a questão fiscal, mais rapidamente se retoma o bom caminho do desenvolvimento em um país que é vocacionado para crescer", ressaltou, citando que o Brasil foi o país do mundo que mais cresceu na década de 30 até a década de 80, com agricultura competitiva, indústria diversificada e setor de serviços avançado.

"O Brasil ficou caro antes de ficar rico", brincou o governador, falando dos preços altos praticados no país.

"Fazer reformas em um Congresso com 28 partidos é uma tarefa hercúlea", disse o governador de São Paulo.

"No presidencialismo tem muita canelada, você sai muito machucado, muito embate pessoal. Mas tem um lado bom: uma força política impressionante no primeiro ano, tem que aproveitar para fazer todas as reformas agora. E essa pulverização, essa fragmentação, também tira a legitimidade dos eleitos. As pessoas nem sempre se sentem tão bem representadas, diminui também a legitimidade."

"O Brasil tem democracia sólida, só precisa resolver essa questão da fragmentação. Acho que temos uma razoável segurança política, que em São Paulo é total", falou o governador ao ser questionado por um dos ouvintes sobre a segurança para se fazer investimentos no Brasil.

Água

Alckmin falou na apresentação sobre o problema da seca em São Paulo, destacando que a falta de água é uma questão "bastante conjuntural".

"Conseguimos atravessar o período seco. Já estamos chegando no período das águas, garantido o abastecimento", afirmou ele. "Tivemos grande seca na Califórnia, grande seca na Austrália e grande seca em São Paulo e Minas Gerais, a maior seca dos últimos 84 anos."

Sobre o transporte, Alckmin disse que no próximo sábado inaugura a estação do metrô Fradique Coutinho, em Pinheiros, na capital, e em 30 meses o trecho norte do Rodoanel.

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