Em meio a greve de fome, detentos fogem de presídio em MT
Desde o início da semana, eles faziam greve de fome, reivindicando medicamentos e médicos especialistas, principalmente para o tratamento de tuberculose
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de novembro de 2017 às 17h47.
Cuiabá - Na madrugada desta sexta-feira, 10, 26 presos conseguiram fugir após a explosão de parte do muro lateral direito da penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a Mata Grande, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
A explosão foi causada por artefatos presos em uma bicicleta, que foi encostada na muralha e acionada a distância.
A penitenciária tem capacidade para 828 presos, e hoje está com 1,3 mil pessoas. A fuga foi confirmada pela secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso (Sejudh/MT).
Desde o início da semana, presos de Mato Grosso fazem greve de fome. Segundo eles, faltam medicamentos, dentista e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose.
Eles também se queixam da superlotação - uma cela para 8 pessoas abrigaria 40. A população carcerária de Mato Grosso é de 11.219, sendo 10.649 homens e 570 mulheres.
Segundo o juiz corregedor, Geraldo Fidélis, a capacidade do sistema é para 6 mil presos. Assim como a greve de fome, a explosão foi acertada pelos presos e pessoas externas por celulares.
Nos últimos dois dias, mulheres de presos vêm fazendo protestos nas rodovias de Mato Grosso cobrando melhorias no sistema penitenciário. A estratégia é a mesma: portando cartazes elas bloqueiam trechos de rodovias e colocam fogo em pneus.
Na quarta-feira, 8, a ação aconteceu em Primavera do Leste. Na quinta-feira, 9, a ação foi em Rondonópolis onde aconteceu a fuga desta madrugada.
Até as 12 horas (horário local) desta sexta-feira, a Polícia Militar tinha conseguido recapturar cinco presos e prendido dois homens que deram apoio na fuga.
Na casa onde aconteceram as prisões foram apreendidas cinco armas - quatro pistolas e uma espingarda calibre 12 utilizadas no apoio à fuga.