Em meio à crise institucional, governadores querem encontro com Bolsonaro
Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, afirmou não ter razão para Bolsonaro não recebê-los, dada a situação do Brasil
Agência O Globo
Publicado em 23 de agosto de 2021 às 14h19.
Última atualização em 23 de agosto de 2021 às 14h52.
Nesta segunda-feira, 25 governadores participaram do fórum nacional desses gestores, no Palácio do Buriti, em Brasília. Os governadores anunciaram que vão tentar um encontro com Jair Bolsonaro e esperam ser recebidos pelo presidente. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que houve consenso na reunião sobre a necessidade de diminuir a tensão entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal e fortalecer a democracia.
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"Espero que o presidente, pelo nível que o país chegou nesse momento, com essa disputa institucional, receba os governadores. O que procuramos é o bem comum e vamos levar isso ao presidente. Dizer a ele que não tem ninguém contra ou a favor dele, mas queremos um ambiente de normalidade e discutir os reais interesses do povo", disse Ibaneis Rocha.
Na reunião, de forma presencial, compareceu, além de Ibaneis, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Não foi entregue ao final da reunião qualquer documento ou carta com as posições dos governadores ou com críticas à atuação de Bolsonaro, que na semana passada encaminhou ao Senado pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Os governadores anunciaram que irão encaminhar cartas e documentos a Bolsonaro e também aos presidentes Arthur Lira (Câmara), Rodrigo Pacheco (Senado) e Luiz Fux (Supremo Tribunal Federal).
"Mesmo com a disparidade de posições político-partidárias entre nós, entendemos que temos condições de ajudar bastante. Vamos preparar essas cartas e também tratar de outros temas, como a reforma tributária, que, como está, irá gerar 15 bilhões de reais de prejuízo para estados e municípios. A proposta não tem nada de simplificação. É muito ruim. E por causa do Paulo Guedes", afirmou Ibaneis.
Os governadores trataram também do papel da Polícia Militar nesse clima de instabilidade política, a partir do que ocorreu em São Paulo nesta segunda, quando um comandante regional da PM foi afastado pelo governador João Doria (PSDB) por ter feito chamamentos para os protestos de 7 de Setembro e criticado políticos.
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