Em carta a Biden, Bolsonaro se compromete com desmatamento zero até 2030
O texto enviado a Biden é uma tentativa de mostrar o compromisso brasileiro com ações para minorar as mudanças climáticas; Bolsonaro também pede recursos para cumprir os compromissos
Reuters
Publicado em 15 de abril de 2021 às 15h00.
Última atualização em 15 de abril de 2021 às 15h04.
Em carta enviada ao presidente norte-americano, Joe Biden , o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu, pela primeira vez, em eliminar o desmatamento ilegal no país até 2030, uma meta que o governo brasileiro, tinha, até agora evitado prometer, mas também pede recursos para cumprir os compromissos assumidos.
O texto enviado a Biden é uma tentativa de mostrar o compromisso brasileiro com ações para minorar as mudanças climáticas, um dos temas centrais da agenda de governo do democrata, uma semana antes da Cúpula do Dia da Terra, organizada pelos Estados Unidos para o próximo dia 22.
"Queremos reafirmar, nesse ato, em inequívoco apoio aos esforços empreendidos por V. Excelência, o nosso compromisso em eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", diz o texto assinado por Bolsonaro.
"Alcançar essa meta, entretanto, exigirá recursos vultosos e políticas públicas abrangentes, cuja magnitude obriga-nos a querer contar com todo apoio possível, tanto da comunidade internacional quanto de governos, do setor privado, da sociedade civil e de todos os que comungam desse nobre objetivo."
A carta do presidente, que foi composta com a ajuda dos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, da Agricultura, Tereza Cristina, e das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, atende as cobranças feitas pelos norte-americanos de sinais definitivos de compromisso por parte do governo brasileiro.
Ainda assim, insiste na cobrança - já apresentada por Salles em discussões com os EUA sobre um possível acordo para apoio a medidas de combate ao desmatamento - de que são necessários recursos para atingir essas metas. Salles pediu um investimento de 1 bilhão de dólares em troca de uma redução que pode chegar, segundo ele mesmo, a 40% do desmatamento em 12 meses.
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, até agora o governo norte-americano não se dispõe a antecipar recursos ao Brasil sem ver resultados na queda no desmatamento.