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Em 5 anos, União gastou R$ 4,7 mi em comida do avião presidencial

O montante equivale a 87.400 refeições no restaurante Feed Food, em que a vencedora do MasterChef Profissionais, Dayse Paparoto, é coordenadora

Temer: contrato firmado em janeiro de 2013, por exemplo, no valor de R$ 1,9 milhão, contava com canapés de caviar, camarão e salmão
DR

Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 20h07.

Última atualização em 28 de dezembro de 2016 às 20h28.

A licitação de 1,75 milhão para comidas a bordo das aeronaves presidenciais cancelada pelo presidente Michel Temer na última terça-feira (27) após repercussão negativa não é exceção entre os gastos da Presidência da República.

Desde 2012 foram firmados pelo menos 9 contratos por órgãos ligados ao Palácio do Planalto, no valor total de R$ 4,789 milhões para refeições a bordo, de acordo com dados do Comprasnet, painel de compras do governo federal.

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O montante equivale a 87.400 refeições no restaurante Feed Food, em que a vencedora do MasterChef Profissionais, Dayse Paparoto, é coordenadora da cozinha. São 17.480 pratos por ano, 1.457 por mês ou 48 por dia.

Em 2015, a vice-presidência desembolsou R$ 70 mil da vice para a empresa RA Caterina LTDA. No ano anterior, o órgão pagou R$ 80 mil à International Meal Company Alimentação LTDA. Naquele ano, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) gastou R$ 24,5 mil com serviços da mesma empresa.

Já em 2013, foram R$ 2,37 milhões pagos pela Casa Militar, R$ 120 mil pela vice-presidência, R$ 46,297 mil pela SDH e R$ 8,5 mil pela superintendência da Presidência à International.

A companhia recebeu ainda R$ 2 milhões em um contrato firmado pela Casa Militar e outros R$ 70 mil pela vice-presidência em 2012.

Entre os alimentos requisitados, itens caros como sorvetes Häagen-Dazs, camarão, salmão e até caviar são parte das refeições nos aviões presidenciais, também na gestão de Dilma Rousseff.

Contrato firmado em janeiro de 2013, por exemplo, no valor de R$ 1,9 milhão, contava com canapés de caviar, camarão e salmão oferecidos aos ministérios do Meio Ambiente, Transportes e Ministério das Relações Exteriores (MRE), de acordo com reportagem da ONG Contas Abertas.

De acordo com a reportagem, até o dia 2 de novembro daquele ano, R$ 1 milhão havia sido pago à RA Catering. O MRE informou que o cardápio é padrão da companhia e que tais itens não haviam sido solicitados.

No caso desta prestação de serviço, as contratações foram realizadas sem licitação, sob alegação de a empresa ser a única especializada que comercializa e presta fornecimento de refeições a bordo para as companhias aéreas que operavam no aeroporto de Brasília.

No contrato com a Presidência da República, por exemplo, a Coca-Cola em lata saia a R$ 3,37. O mesmo produto em supermercados custava R$ 1,49.

Na lista de Temer alguns itens também com preço acima do mercado. Pela cotação do Planalto, cada um dos 120 potes de Nutella solicitados sairia a R$ 34,00, enquanto no site das Lojas Americanas e do hipermercado Extra o produto fica por R$ 20,87.

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