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Brasil em 2020: Eleições acirradas, boom de feriados e Olimpíada de Tóquio

Eventos importantes, que devem ter impacto político e econômico, acontecerão a partir de janeiro de 2020; veja quais são eles

Carnaval: neste ano, haverá ao menos nove feriados com possibilidade de emenda (Prefeitura de Salvador/Divulgação)

Carnaval: neste ano, haverá ao menos nove feriados com possibilidade de emenda (Prefeitura de Salvador/Divulgação)

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Clara Cerioni

Publicado em 31 de dezembro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 15h38.

São Paulo — Após um 2019 marcado por protagonismo econômico e turbulências nas relações políticas e ambientais no Brasil, com as queimadas na Amazônia e óleo nas praias do Nordeste, o Brasil entra nesta nova década com a expectativa de acontecimentos relevantes para a política e para a sociedade.

Ao longo de 2020, o país contará com mais desafios, entre eles uma nova rodada de eleições, nove feriados prolongados, as Olimpíada de Tóquio e as propostas de reforma do governo federal.

Veja a seguir um resumo do próximo ano:

Eleições municipais acirradas

Dois anos depois de uma das mais polarizadas eleições no Brasil, que elegeu Jair Bolsonaro como o presidente do país, novos pleitos municipais estão agendados para outubro. Desta vez serão escolhidos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

Pelo calendário eleitoral aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, todas as pessoas envolvidas no pleito devem respeitar regras e prazos para garantir a realização da votação. O primeiro turno será realizado em 4 de outubro e o segundo turno no dia 25 do mesmo mês.

No dia 16 de junho, a Corte deve divulgar o valor corrigido do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), criado pelo Congresso Nacional. Conforme o orçamento da União para o ano que vem, R$ 2 bilhões estão previstos para o fundo.

Em julho, os partidos estão autorizados a promover as convenções internas para escolha de seus candidatos, que deverão ter os registros das candidaturas apresentados à Justiça Eleitoral até 15 de agosto.

Esta será a primeira vez que os partidos não poderão fazer alianças para disputar as câmaras municipais, apenas para as prefeituras. Isso significa que os votos dados a todos os partidos da aliança não serão mais levados em conta no cálculo para a distribuição das vagas de vereador.

Dos 5.570 municípios brasileiros, as disputas mais acirradas estão previstas para acontecer nas capitais, como São Paulo, onde o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB) deve tentar reeleição, em uma disputa que pode contar com Joice Hasselmann (PSL), Orlando Silva (PCdoB) e o ex-governador Márcio França (PSB).

Já no Rio de Janeiro, o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tem a rejeição de 72% do eleitorado, também deve tentar disputar novamente. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) entrará na corrida pela prefeitura em concorrência com o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM).

A eleição municipal de outubro também deve mobilizar Bolsonaro para viabilizar sua nova sigla, a Aliança pelo Brasil, a tempo de disputar o pleito e avaliar qual peso o presidente terá nas disputas locais.

“A grande questão para o ano que vem são as eleições municipais e se Bolsonaro vai conseguir viabilizar seu partido político a tempo de lançar candidato”, diz o cientista político David Fleischer.

Feriados prolongados

Ao contrário de 2019, que teve apenas cinco datas comemorativas prolongadas, o próximo contará com quase dobro de feriados emendáveis em nível nacional — sem contar os feriados estaduais e municipais de cada cidade.

Estão previstos no calendário nacional nove datas em que o dia de folga cai às segundas, terças, quintas ou sextas-feiras.

São eles: Carnaval (24 de fevereiro, segunda-feira), Paixão de Cristo (10 de abril, sexta-feira), Tiradentes (21 de abril, terça-feira), Dia do Trabalho (1º de maio, sexta-feira), Corpus Christi (11 de junho, quinta-feira), Independência do Brasil (07 de setembro, segunda-feira), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro, segunda-feira), Finados (02 de novembro, segunda-feira) e Natal (25 de dezembro, sexta-feira).

Haverá ainda um feriado que cairá na quarta-feira, dia 1º de janeiro, que impossibilita emenda, além de uma data, Proclamação da República, em 15 de novembro, que acontece em um domingo. 

Para os trabalhadores e a indústria do Turismo, as datas emendáveis são uma boa notícia. Já a Indústria e o Comércio apontam para uma influência negativa na atividade econômica.

Olimpíada de Tóquio

Entre 24 de julho e 9 de agosto, a capital japonesa recebe a 32ª edição dos Jogos Olímpicos, megaevento mundial de competição esportiva que costuma mobilizar os torcedores brasileiros.

Até agora, o Brasil já tem 152 vagas confirmadas para a disputa, mas a expectativa do Comitê Olímpico do Brasil é a de levar 250 atletas. No placar final, a intenção é que o país supere as 19 medalhas conquistadas na Rio 2016.

Reformas do governo

Após um ano marcado por fracasso em aprovar Medidas Provisórias (das 39 MPs enviadas até 3 de dezembro, só 9 passaram no Congresso Nacional), o governo Bolsonaro tem novos desafios para o segundo ano de mandato.

Além da interferência das eleições municipais, a tendência é que haja uma dificuldade maior para a aprovação de reformas — como a tributária e a administrativa.

Isso porque, o segundo ano da gestão Bolsonaro começa sem um protagonismo claro na pauta do Congresso, fator que se alia a um calendário parlamentar mais apertado.

As reformas tributária e administrativa — apontadas como as mais importantes após a aprovação das mudanças na Previdência – também devem enfrentar dificuldades políticas. A primeira mexe com o pacto federativo e com arrecadação de Estados e municípios, a segunda cutuca o vespeiro dos interesses do funcionalismo público — categoria que historicamente tem grande capacidade de mobilização.

A baixa capacidade de articulação política de Bolsonaro, tanto com parlamentares quanto com governadores, e o ano eleitoral, quando políticos geralmente preferem se afastar de temas controversos, também não ajudam.

(Com Agência Brasil e Reuters)

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