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Eleição na Câmara opõe Erundina a Freixo e David Miranda; PSOL pode apoiar Baleia

Há certa pressão para que o partido desista da candidatura de Erundina e integre o bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), junto ao restante da posição

 (RS/Fotos Públicas)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 18h02.

Parlamentares do PSOL se desentenderam nas redes sociais em razão da candidatura de Luiza Erundina (SP) à Presidência da Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira. Há certa pressão para que o partido desista da candidatura e integre o bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), junto ao restante da posição.

O PSOL lançou a candidatura de Erundina na última segunda-feira, 18. Circulam nas redes sociais vídeos não datados de figuras do partido defendendo o apoio a Baleia. Dentre eles, David Miranda (RJ), Marcelo Freixo (RJ) e a líder indígena Sônia Guajajara, que compôs a chapa de Guilherme Boulos à presidência da República em 2018.

Erundina, na manhã desta sexta, 22, classificou a postura da bancada como "lamentável" e disse que não compactuaria com a negociação de "convicções e compromissos políticos históricos ao aderir ao fisiologismo e à barganha por cargos na Mesa da Câmara".

O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) afirmou em sua conta no Twitter que as declarações da deputada são uma "ilação absolutamente infundada e lamentável". Para o parlamentar, Erundina erra "com a tática isolacionista de candidatura própria". Miranda ainda destaca a participação da deputada no governo Itamar, quando foi ministra-chefe da Secretaria da Administração Federal, e quando teve o ex-presidente Michel Temer como candidato a vice em sua chapa à prefeitura da capital paulista em 2004. "Erundina tem uma história bonita, mas já se equivocou grosseiramente algumas vezes", disse o deputado.

Marcelo Freixo, em publicação no Twitter, disse que é "inaceitável insinuar que a defesa da entrada do PSOL no bloco democrático para derrotar Bolsonaro passa pela negociação de cargos". O parlamentar defende que a integração ao bloco de Baleia seria para impedir que a Comissão de Constituição e Justiça e o Conselho de Ética fossem liderados por apoiadores do presidente da República. Freixo conclui dizendo que esses cargos não seriam assumidos pelo PSOL, mas que o partido pode compor o bloco junto ao restante da oposição e Erundina não teria que retirar a sua candidatura.

A líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (SP), afirmou também no Twitter que Erundina "erra em tornar uma divergência tática numa acusação grave ao partido". Sâmia defende a integração ao bloco de Baleia e afirmou que já questionou quais seriam os cargos negociados e quem o estaria fazendo, porém não teve resposta, "pois a posição divergente é fruto de análise política, não de fisiologismo". "Nossa posição perdeu na discussão interna do PSOL e o partido terá candidatura própria. Todos os deputados assim votarão, mesmo discordando. O Brasil tem 200 mil mortos por covid, não há vacinas, precisamos derrubar Bolsonaro. É sobre isso que deveríamos despender nossas energias", afirmou Sâmia.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, se manifestou em sua conta no Twitter em defesa de Erundina, dizendo que o único compromisso do partido nesta eleição é com a plataforma defendida pela deputada. O presidente da sigla afirma que os parlamentares que negociarem "fora das instâncias do partido, o faz em nome próprio, não do PSOL".

Guilherme Boulos também se manifestou em seu perfil no Twitter, afirmando que Erundina é símbolo da política que acredita. "Uma vida dedicada à luta do povo brasileiro. Estou com ela. E o PSOL também está".

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