Eduardo Leite: governador do RS (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de setembro de 2019 às 15h34.
Última atualização em 23 de setembro de 2019 às 15h55.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, 23, que os políticos "estão iludidos com a radicalidade". "Antes, elegíamos representantes que lideravam a sociedade. Agora, alguns se sentem apenas porta-vozes das redes sociais", disse Leite, acrescentando que a democracia passa por um período "dificílimo" no Brasil e no mundo.
"Eu disse em 2017, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também diz, que nos dias de hoje no Brasil o mais fácil é ser radical. Ser ponderado é que é um ato de coragem, significa ser atacado pelos dois lados. E a ponderação não rende curtidas e compartilhamentos nas redes sociais", afirmou o governador gaúcho em palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Leite disse, ainda, que seu governo é "de evolução e não de ruptura". "Se eu tiver que fazer uma composição política para dar sustentação às transformações, farei", afirmou, elogiando sua base de apoio na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Leite acrescentou que, para que os deputados estaduais apoiassem sua agenda de reformas, deixou claro que não é candidato à reeleição. "Não quero que a agenda do Estado corra risco, por acharem que ela poderia servir para projetos de reeleição", explicou.
Durante a palestra, Leite também afirmou que a responsabilidade fiscal não é uma opção dos governos e deve ser a premissa básica. O governador destacou, ainda, que o déficit esperado para as contas públicas do Rio Grande do Sul em 2019 é de R$ 4,5 bilhões e que o rombo nas contas da Previdência é de R$ 12 bilhões.
"Não tem saída que não passe por reformas estruturantes nas carreiras do serviço público", afirmou Eduardo Leite, admitindo que essas mudanças são politicamente difíceis.
O governador gaúcho anunciou, ainda, que planeja enviar à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul um projeto para alterar o código ambiental, com a criação de uma espécie de cadastro positivo para que empresários com histórico de boas práticas tenham o processo de licenciamento agilizado.
"Queremos ajustar situações em que o Rio Grande do Sul fez exigências maiores do que a legislação ambiental nacional", afirmou o governador. Eduardo Leite disse, no entanto, que o novo código não será permissivo com a degradação ambiental, mas procurará unir a proteção do meio ambiente com o empreendedorismo.