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Eduardo Cunha rechaça divulgação de pedido de prisão

Para Cunha o objetivo da reportagem no mesmo dia em que ele é julgado é o de constranger os parlamentares que defendem a sua absolvição


	Eduardo Cunha: para Cunha o objetivo da reportagem no mesmo dia em que ele é julgado é o de constranger os parlamentares que defendem a sua absolvição
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Eduardo Cunha: para Cunha o objetivo da reportagem no mesmo dia em que ele é julgado é o de constranger os parlamentares que defendem a sua absolvição (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2016 às 14h36.

Brasília - Na mira do Conselho de Ética da Câmara, que discute desde às 9h30 de hoje (7) o pedido de cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente afastado da Câmara rechaçou, em nota, a divulgação do pedido para sua prisão que, segundo o jornal O Globo, foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Para Cunha o objetivo da reportagem no mesmo dia em que ele é julgado na Câmara é o de “constranger os parlamentares que defendem a minha absolvição buscando influenciar no seu resultado”.

No texto, Eduardo Cunha disse que não tomou ciência do conteúdo do pedido de prisão. "Por isso, não posso contestar as motivações. Mas vejo com estranheza esse absurdo pedido, divulgado no momento da votação no Conselho de Ética", destacou.

No Conselho de Ética, a discussão já se estende por mais de quatro horas. Entre os titulares e suplentes que integram o colegiado, 21 se inscreveram e usaram a palavra por 10 minutos. Mais de 13 se posicionaram a favor do relatório de Marcos Rogério (DEM-RO) que pede o afastamento do peemedebista.

Entre os aliados de Cunha, houve manifestações como a de Laerte Bessa (PR-DF), que sugeriu um abrandamento da pena, e Sérgio Moraes (PTB-RS), que reforçou que não ficou comprovada a existência de contas em nome de Eduardo Cunha no exterior e reiterou um discurso antigo que o fez ser conhecido como o parlamentar que “se lixa para a opinião pública”.

“O discurso do aplauso não me anima. Sou um deputado que vota por fatos e não há nada aqui que prove que ele mentiu à CPI da Petrobras”, afirmou o parlamentar.

Voto em separado

A tropa de Cunha teve ainda o voto em separado apresentado por João Carlos Bacelar (PR-BA) propondo a suspensão do mandato por 90 dias, sem perda das prerrogativas políticas. Se aprovada, a proposta provocaria uma nova eleição para a presidência da Câmara.

Cunha está afastado do mandato e da presidência desde maio, por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Tia Eron

A ausência da deputada Tia Eron, que até agora não chegou à sessão, tem sido criticada por adversários de Cunha e apontada, em tom de piada, como mais uma estratégia do peemedebista para interferir no resultado da votação.

Tia Eron é considerada dona do voto decisivo para a votação de hoje e ainda não apareceu na Câmara. Pela contabilidade feita por assessores do colegiado, Cunha tinha 10 votos a seu favor e outros nove seriam pela cassação de seu mandato.

Se este cenário se confirmar, Tia Eron poderia empatar o resultado e deixar nas mãos do presidente do Conselho de Ética o voto de minerva. Araújo é claro adversário de Cunha.

Se a parlamentar não comparecer, quem vota em seu lugar é Carlos Marun (PMDB-MS), aliado de Cunha e que foi o primeiro suplente do bloco de Eron a registrar presença. Marun chegou à sala quase uma hora antes do marcado.

Cunha é acusado de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, quando negou a existência de contas no exterior em seu nome, o que poderia caracterizar quebra de decoro parlamentar.

O deputado, que foi o responsável pela sua defesa no colegiado, negou ser o titular das contas e afirmou que é apenas beneficiário dos recursos advindos de trustes. Ele disse que essa situação ficou “comprovada na instrução do processo no conselho”.

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