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Eduardo Cunha era o "detentor do feudo Furnas"

Executivo disse que procurou o ex-presidente da Câmara dos Deputados em busca de apoio para "os interesses políticos comuns de Furnas e Odebrecht"

Eduardo Cunha: encontros entre Cunha e Valladares teriam ocorrido no escritório do ex-deputado no centro do Rio de Janeiro (foto/Reuters)

Eduardo Cunha: encontros entre Cunha e Valladares teriam ocorrido no escritório do ex-deputado no centro do Rio de Janeiro (foto/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2017 às 14h15.

Inquérito aberto contra o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin relativo a irregularidades envolvendo o projeto da Usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, aponta possível operação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) junto à estatal Furnas para favorecer a Odebrecht em troca de propina.

O executivo ligado à empreiteira Henrique Serrano do Prado Valladares disse que procurou, em 2008, sob orientação do ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da Câmara dos Deputados em busca de apoio para ‘os interesses políticos comuns de Furnas e Odebrecht’. A estatal tem participação de 40% em Santo Antônio e Cunha era conhecido no grupo ‘por ser o detentor do feudo Furnas’.

A contrapartida, conforme aponta Valladares, seria pagamento de R$ 50 milhões em propina sobre os contratos de Santo Antônio, distribuído da seguinte maneira: Cunha e seus aliados ficariam com R$ 20 milhões, o então presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia e o senador Romero Jucá (PMDB-PE) receberiam R$ 10 milhões cada um e o então deputado federal Sandro Mabel também ficaria com R$ 10 milhões.

O pagamento foi dividido entre a Odebrecht e a Andrade Gutierrez parceiras no consórcio, em uma proporção de 60%/40%, sendo os R$ 50 milhões correspondentes à fatia da Odebrecht.

O projeto de Santo Antônio foi o primeiro investimento da Odebrecht no setor de energia, em meados dos anos 2000.

Os encontros entre Cunha e Valladares teriam ocorrido no escritório do ex-deputado no centro do Rio de Janeiro, em uma empresa de táxi aéreo e no aeroporto Santos Dumont, também no Rio. O ex-deputado está atualmente preso em Curitiba.

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