Greta Thunberg: ativista sueca de 16 anos faz defesa pelo clima (Jeenah Moon/Reuters)
Reuters
Publicado em 26 de setembro de 2019 às 15h09.
Última atualização em 26 de setembro de 2019 às 15h29.
Brasília — Indicado ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, publicou no Twitter uma foto manipulada da ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que ganhou notoriedade mundial por seu posicionamento contra o aquecimento global.
Eduardo compartilhou uma foto adulterada em que Greta aparece em um trem almoçando, enquanto crianças negras pobres estão do lado de fora da janela.
Na imagem original, publicada pela própria Greta em sua conta no Twitter no dia 22 de janeiro, aparecem apenas árvores na janela, com a legenda "almoço na Dinamarca".
Lunch in Denmark. pic.twitter.com/LWKMQ9AuqR
— Greta Thunberg (@GretaThunberg) January 22, 2019
No mesmo post, Eduardo junta outra imagem ligando a menina sueca ao investidor George Soros, alegando que Greta aparece constantemente junto à porta-voz de uma ONG fundada com recursos da Open Society, grupo financiado por Soros para causas sociais pelo mundo.
A atividade do milionário norte-americano de origem húngara levou a extrema-direita brasileira a associá-lo com a esquerda mundial.
Não há indícios de que Greta ou a Fridays for Future, organização que ela representa, recebam financiamentos da Open Society. A organização não está listada entre as financiadas no site da organização.
"'Vocês roubaram minha infância...' disse a garota financiada pela Open Society de George Soros", escreveu o deputado na publicação feita na tarde de quarta-feira, que tinha recebido quase 14 mil curtidas até a tarde desta quinta-feira (25).
Apesar de alertado por usuários da rede social que a foto era falsa, Eduardo manteve a publicação. A um dos seguidores que fez o alerta, respondeu: "E alguém não percebeu isso?"
Greta virou alvo dos seguidores da família Bolsonaro ao apresentar esta semana na Organização das Nações Unidas, junto com outros 15 ativistas, uma denúncia contra Brasil, Alemanha, Argentina, França e Turquia ao Comitê das Nações Unidas para os Direitos das Crianças, sob acusação de violação dos direitos das crianças por não tomarem medidas adequadas para combater as mudanças climáticas.