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Eduardo Bolsonaro diz que armas fazem tão mal quanto um carro

Deputado argumenta que atos dependem das ações humanas; declaração ocorre após massacre em escola que deixou 10 mortos

Eduardo Bolsonaro: deputado defende a regularização da posse de armas (Wilson Dias/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de março de 2019 às 06h44.

Brasília - O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou nesta quarta-feira, 13, que as armas de fogo fazem tão mal quanto um carro porque dependem da ação humana. Ele rebateu também o argumento de que os homicídios diminuiriam com menos armas nas ruas porque, de acordo com ele, o Estatuto do Desarmamento não reduziu o número de mortes no País.

"A minha crítica é que no Brasil deveria existir também um estudo sobre o uso defensivo da arma de fogo, e não apenas o uso agressivo. E a gente sempre vai na argumentação que a arma é um pedaço de metal. Faz tão mal quanto um carro. Ou seja, para fazer mal, precisa de uma pessoa por trás dela. Armas não matam ninguém, o que matam são pessoas. Pode usar pistolas, facas, pedras", disse.

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Para Eduardo Bolsonaro, as armas não servem apenas para matar, mas também para defender. "Quem é do meio policial sabe, e eu mesmo já passei por uma situação dessas, em que apenas exibindo uma arma de fogo você evita um roubo ou até algo pior, uma morte. Só que isso não é registrado em local nenhum. Agora se eu reajo armado a um assalto e venho a falecer, isso aí entra em estatística, porque é aberto inquérito, vai para dados oficiais", disse.

O parlamentar apresentou seus argumentos ao ser questionado sobre o massacre ocorrido nesta manhã em uma escola estadual no município de Suzano, na Grande São Paulo. Ao menos dez morreram, incluindo os dois atiradores.

O deputado disse ainda que hoje o criminoso sabe que a vítima não vai estar armada. "Enquanto as armas eram de mais fácil acesso, o número de crimes era menor", defendeu.

Durante a tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou a ideia de que se a população pudesse andar armada, tragédias como essa seriam evitadas. Para ele, a defesa do porte de arma nestas situações levaria a uma "barbárie" no País. Maia defendeu ainda que o monopólio da segurança pública seja somente responsabilidade do poder público.

"É óbvio que num momento desses de comoção existem pessoas que vão tentar de todo jeito aproveitar as suas bandeiras contra o armamento. Isso ocorre sempre que isso acontece. Agora, e as outras 62.000 pessoas que foram assassinadas sem a chance de defesa? Será que elas não têm voz?", rebateu Eduardo. Ele disse ainda que Maia tem "direito de ter sua opinião".

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