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Economia será chave no 2º turno, diz coordenador de Marina

Walter Feldman disse que o atual governo está colocando em risco as conquistas sociais e afugentando investidores por conta da sua política econômica

Walter Feldman: "nós temos dois minutos na televisão. Esses dois minutos nos permitem apenas passar os parâmetros" (Agencia Camara)
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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 14h56.

Brasília - O debate econômico estará no centro do debate no segundo turno, disse nesta sexta-feira o coordenador da campanha do PSB à Presidência Walter Feldman, descartando a possibilidade da candidata Marina Silva não continuar na disputa após a votação do próximo domingo.

Feldman disse que o atual governo está colocando em risco as conquistas sociais e afugentando investidores por conta da sua política econômica, mas que o PSB teve dificuldades de aprofundar suas propostas na propaganda eleitoral obrigatória porque tinha pouco tempo para detalhar o programa de governo de Marina.

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"Nós temos dois minutos na televisão. Esses dois minutos nos permitem apenas passar os parâmetros", disse ele durante teleconferência com analistas e jornalistas nesta sexta. "Não é possível você aprofundar em nenhum dos temas, particularmente temas econômicos que demandam debates mais profundos", argumentou o coordenador. "No início do segundo turno vai ser possível, com tempo de televisão... utilizá-lo para explicar em detalhes como pretendemos governar o Brasil e a questão econômica é central", disse.

Segundo ele, a sociedade precisa ser alertada que os avanços sociais do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão sendo perdidos por causa da má gestão econômica da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.

Questionado sobre o que um governo Marina Silva pode fazer para recuperar a confiança do mercado e melhorar a situação fiscal do país, o coordenador disse que a vitória da candidata do PSB já serviria para dar tranquilidade aos investidores.

"Muitas empresas não querem mais investir no Brasil porque sabem que o próximo governo pode ter características bolivarianas. Então há profunda insegurança, não só do ponto de vista da economia mas da segurança jurídica", argumentou Feldman.

"Um novo governo, especificamente da Marina Silva, retoma o grau de confiança de estabilidade", afirmou, acrescentando ainda que isso criaria um ambiente para queda da taxa de juros.

A situação fiscal do país tem se deteriorado nos últimos anos e o Banco Central divulgou na terça-feira que o setor público consolidado registrou déficit primário de 14,5 bilhões de reais em agosto, no pior resultado para o mês da história.

A taxa básica de juros está em 11 por cento e mesmo assim a inflação tem se mantido próximo ao teto de meta, que é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais.

Virada de Aécio?

Feldman também descartou a possibilidade de Marina não disputar o segundo turno e que o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, que tem se recuperado nas pesquisas eleitorais a ultrapasse até domingo.

"Nós vamos ao segundo turno. Não há nenhuma análise que nos permite nesse momento aventar que não vamos ao segundo turno", disse o coordenador, acrescentando que não haveria sentido avaliar um eventual apoio de Marina a Aécio, caso o tucano passe para o segundo turno.

"As pesquisas que aí estão revelam uma estabilidade dos números", disse Feldman, desconsiderando que em um mês Marina perdeu 10 pontos percentuais das intenções de voto, segundo o Datafolha, caindo de 34 por cento para 24 por cento.

"Nosso tracking revela uma recuperação da Marina e uma queda da Dilma", disse o coordenador sem especificar os dados da legenda.

"Essa eleição... pode ser de grande surpresa para os institutos de pesquisa", acrescentou.

Segundo ele, assim que terminar o primeiro turno, a campanha do PSB vai procurar partidos políticos e lideranças econômicas e sociais para um acordo no segundo turno.

"Nós acreditamos que a população quer mudança, quer uma transição... e o símbolo maior dessa transição é a candidatura da Marina Silva", afirmou. Questionado sobre como o PSB faria para acabar com o loteamento de cargos públicos promovido pelo PT, Feldman disse que o governo Marina faria uma grande operação de mudança na Esplanada dos Ministérios.

"Nossa ideia é instalar... uma longa fila de caminhões para que esses que estão aí instalados sem um resultado para a população coloquem nos caminhões seus móveis, seus pertences e voltem para suas casas", disse. "Não venham aqui retirar os poucos recursos públicos como sanguessugas do interesse da população", acrescentou.

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