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Não faço negócio com esse tipo de gente, diz Ecoglobal

Vladimir Magalhães da Silveira negou que tenha fechado o negócio com os dois presos na Operação Lava Jato da Polícia Federal


	Brasão da PF: o empresário foi acordado hoje às seis da manhã por agentes da PF que o levaram para prestar esclarecimentos sobre a negociação
 (Polícia Federal/Divulgação)

Brasão da PF: o empresário foi acordado hoje às seis da manhã por agentes da PF que o levaram para prestar esclarecimentos sobre a negociação (Polícia Federal/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 21h25.

Brasília - O dono da Ecoglobal Ambiental Serviços e Comércio, Vladimir Magalhães da Silveira, confirmou nesta sexta-feira que recebeu proposta para vender a empresa que presta serviços para a Petrobras desde 2006 ao doleiro Alberto Youssef e ao ex-diretor da petroleira Paulo Roberto da Costa. Ele nega, porém, que tenha fechado o negócio com os dois presos na Operação Lava Jato da Polícia Federal.

Silveira foi acordado hoje às seis da manhã por agentes da PF que o levaram para prestar esclarecimentos sobre a negociação. O depoimento durou 30 minutos. Silveira admitiu que recebeu uma carta-proposta para vender 75% da empresa por R$ 18 milhões, mas afirmou ter desistido da operação quando soube que a operação envolvia também o doleiro.

"Não faço negócio com esse tipo de gente. Quando vi que o Youssef tinha sido condenado e que estava cumprindo pena em liberdade, desisti do negócio", afirmou Silveira. Segundo ele, ainda tentaram intimidá-lo para prosseguir na operação: "Você vai perder muito dinheiro. Eles têm muita influência, o braço grande", contou.

A oferta veio depois que a Ecoglobal Ambiental, de Macaé (RJ), e uma filial da empresa no estado de Nevada (EUA), a Ecoglobal Overseas, fecharam contrato com a Petrobras em 2013 no valor de R$ 443,8 milhões para prestação de serviços por quatro anos a partir de julho deste ano.


O dono da Ecoglobal confirmou que a compra estava condicionada à efetivação do contrato da empresa com a estatal. A compra, pelo valor de R$ 18 milhões, está registrada numa carta-proposta assinada por Youssef, Paulo Roberto e uma terceira empresa, a Tino Real Participações - cujos titulares são, segundo a PF, Maria Thereza Barcellos da Costa e Pedro Carlos Storti Vieira. Silveira afirmou que Storti foi um dos responsáveis por apresentar a ele a proposta de compra, juntamente com Paulo Júris.

Para a PF, causou "estranheza" que, depois de obter contrato de R$ 443,8 milhões, 75% das cotas da empresa fossem negociadas por apenas R$ 18 milhões. Silveira disse, porém, que para executar o contrato, a Ecoglobal precisa adquirir R$ 60 milhões em equipamentos, processo que está sendo executado, segundo ele, que agora teme que o contrato seja rescindido.

Segundo Vladimir Magalhães da Silveira, a localização de uma filial no exterior é exigência da Petrobras para que as operações se enquadrem nas normas do Repetro - regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens destinados às atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás.

O objetivo da exceção criada em setembro de 1999 é dar maior competitividade à indústria nacional. No caso, não há a cobrança de impostos de importação entre as empresas do mesmo grupo. "Está tudo dentro da lei. Não é nada de fachada", disse Silveira.

"A Ecoglobal executa satisfatoriamente, dentro das melhores práticas, os serviços para os quais foi contratada, resultantes de regular processo licitatório conduzido pela Petrobras", diz o comunicado divulgado pela empresa, que colocou à disposição os contratos que mantém com a petroleira.

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