É pressão para todo lado
Esta segunda-feira será a primeira de Michel Temer como presidente interino do Brasil, e deve dar o tom do novo governo — é pressão para todo lado. Neste domingo, Temer se reuniu como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para discutir a proposta de recriação da CPMF ou a criação de algum imposto transitório. Skaf […]
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2016 às 06h23.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h00.
Esta segunda-feira será a primeira de Michel Temer como presidente interino do Brasil, e deve dar o tom do novo governo — é pressão para todo lado. Neste domingo, Temer se reuniu como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para discutir a proposta de recriação da CPMF ou a criação de algum imposto transitório. Skaf relembrou que o famoso pato inflável da Fiesp está lá justamente para marcar a posição da instituição contra qualquer aumento. Ainda em São Paulo, e em pelo menos outras cinco cidades brasileiras, manifestantes foram às ruas contra o novo governo.
Na tarde de hoje Temer se reúne com representantes de quatro das maiores centrais sindicais do país para discutir as propostas de reforma da Previdência. Na sexta-feira, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, falou sobre a possibilidade de aumentar a idade de aposentadoria e o tempo de contribuição — propostas que foram consideradas “estapafúrdias” pelo deputado Paulinho da Força, presidente da Força Sindical.
Na terça-feira, outro pepino: o Congresso deve votar a mudança da meta fiscal, enviada pelo governo de Dilma Rousseff. Em 2015, o governo projetou um superávit de 100 bilhões de reais e, em março deste ano, revisou sua meta para um déficit de 96 bilhões de reais. O novo governo já calcula o rombo em 120 bilhões de reais. Se Temer não tiver a aprovação do Congresso para a meta fiscal, terá muitas restrições orçamentárias para adotar medidas importantes em seu início de governo.
Os novos ministérios não devem fazer grandes anúncios nesta semana, mas ela pode ser decisiva para Temer apagar a imagem ruim que deixou com a formação da equipe ministerial — os cargos foram maioritariamente distribuídos entre os aliados, como costuma acontecer em Brasília. Analistas afirmam que o segundo escalão das pastas pode amenizar os ânimos. Temer deve indicar mulheres para cargos importantes em áreas como Cultura e Ciência. Estão previstos nomes de peso para a economia, como o economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, para o Banco Central, e Mansueto Almeida para o Tesouro.
No Congresso, além de lidar com um imbróglio chamado Waldir Maranhão, que continua na presidência da Câmara, Temer terá que equilibrar as demandas dos aliados para a liderança do governo na Casa. DEM e PSDB são favoritos, mas os partidos de centro, decisivos para o afastamento de Dilma Rousseff, também querem o cargo e ameaçam boicotar os planos de Temer na Câmara, no que já está sendo chamado de “poderoso centrão”. Ninguém falou que seria fácil.