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"É perigosa", avalia Maia sobre fala de Bolsonaro

Bolsonaro questionou se alguém choraria se a Coreia do Norte jogasse uma bomba e atingisse o Congresso brasileiro

Maia: "Temos de tomar cuidado com essas declarações de efeito que geram aplausos", avisou (Ueslei Marcelino/Reuters)

Maia: "Temos de tomar cuidado com essas declarações de efeito que geram aplausos", avisou (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 17h28.

São Paulo - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avaliou nesta segunda-feira, 27, em São Paulo, que a pergunta feita mais cedo pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), sobre se alguém choraria se a Coreia do Norte jogasse uma bomba e atingisse o Congresso brasileiro, é uma "declaração perigosa". Bolsonaro foi aplaudido ao fazer a declaração no evento Amarelas ao Vivo, promovido pela revista Veja na capital paulista.

"Temos de tomar cuidado com essas declarações de efeito que geram aplausos", avisou. O presidente da Casa comentou que também faz críticas, mas sempre dentro do respeito à democracia.

Temer

A respeito das duas denúncias contra o presidente Michel Temer rejeitadas pelo Legislativo, Maia considerou que, se tivesse voto, teria votado contra a aceitação das duas peças. "As duas denúncias precisariam de aprofundamentos maiores para se afastar um presidente", afirmou.

O presidente da Câmara disse também que as conversas entre Temer e o empresário Joesley Batista, que foram gravadas e divulgadas, são "ruins" e que o presidente "vai responder por isso".

Rio

Maia falou também sobre a crise no Rio e eleições. O presidente da Câmara defendeu a reconstrução do Estado. "Rio passa por crise enorme e temos que reconstruir o Rio; MP está trabalhando", destacou.

Sobre possível candidatura no pleito de 2018, Maia esclareceu que é candidato a deputado. "É o que os meus votos permitem", disse. No entanto, conforme o deputado, o DEM tem condições de ter candidato próprio a presidente. Ele frisou que o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), é uma opção do PSDB. "Nós não vamos brigar pelo PSDB", garantiu.

Deputado-presidiário

O presidente da Câmara comentou também a presença do deputado Celso Jacob (PMDB-RJ) na Casa. Jacob cumpria regime semiaberto, no qual trabalhava de dia no Legislativo e voltava à noite para a cadeia. No entanto, em decisão unânime, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) decidiu suspender o direito após Jacob ter sido flagrado com dois pacotes de biscoito e queijo provolone escondidos na roupa íntima. "Presença de deputado-presidiário na Câmara é coisa ruim, mas foi Justiça que definiu", disse Maia.

Caixa 2

O presidente da Câmara abordou o inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é investigado por suposto recebimento de dinheiro de caixa 2. "Não recebi dinheiro de caixa 2, sou investigado e sei que o processo será arquivado", declarou.

Sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Maia disse que, pela Lei da Ficha Limpa, ele não deveria ser candidato, mas que a Justiça é quem decidirá em eventual decisão de segunda instância.

Maia defendeu ainda a Casa que preside: "A Câmara dos Deputados do Brasil é das mais transparentes do mundo". De acordo com ele, a Câmara da França não tem 30% da transparência da brasileira.

 

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