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É mentira que STF possa acabar com essa ou aquela operação, diz Toffoli

Em crítica a membros da Lava Jato, ministro afirmou que o Judiciário ajudou a criar a estrutura de investigações como as que acontecem atualmente

Dias Toffoli: No último dia 14, o STF contrariou os investigadores da Lava Jato e decidiu que casos de corrupção conexos a caixa 2 de campanha devem ser encaminhados à Justiça Eleitoral (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 25 de março de 2019 às 14h08.

Última atualização em 25 de março de 2019 às 14h34.

Rio de Janeiro — O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli , disse nesta segunda-feira, 25, que é uma mentira deslavada que uma decisão da Corte possa acabar com essa ou aquela operação, numa referência clara aos procuradores da Lava Jato que criticaram a decisão do Supremo de delegar à Justiça Eleitoral a competência de analisar casos de corrupção conexos a caixa dois de campanha.

Em uma crítica velada a protagonistas da operação Lava Jato, Toffoli afirmou que o Poder Judiciário, em parceria com os Poderes Legislativo e Executivo, propiciou a criação de estruturas de investigações como as que acontecessem atualmente.

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"Os resultados de hoje não são obras de determinadas pessoas, muito menos de heróis ou salvadores da pátria", disse ele em evento sobre transparência e combate à corrupção.

"(São obra) de um desdobramento, de um processo contínuo de evolução normativa, constitucional e do amadurecimento e do fortalecimento das instituições brasileiras", avaliou.

No último dia 14, o STF contrariou os investigadores da Lava Jato e decidiu por 6 votos a 5 que casos de corrupção conexos a caixa 2 de campanha devem ser encaminhados à Justiça Eleitoral e não mais à Justiça Federal.

A medida gerou reação da parte de procuradores da Lava Jato, que afirmam que a decisão enfraquece a operação e o combate à corrupção pois, segundo esses procuradores, a Justiça Eleitoral não tem estrutura para analisar casos de corrupção.

"Mente quem diz que determinada decisão levará ao fim do combate a isso ou aquilo, ou ao fim desta ou daquela operação. Mente deslavadamente", declarou Toffoli sem citar abertamente a Lava Jato.

"O que o Supremo fez foi manter uma jurisprudência de décadas, que vinha de mais de 50 anos. Os crimes conexos são julgados na Justiça especializada, de acordo com código penal e eleitoral", acrescentou o presidente ao se dirigir à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que também participou do mesmo evento e da mesa de abertura.

O presidente do STF defendeu a continuidade na adoção de medidas para se combater a corrupção e aumentar a transparênciano Brasil. Toffoli destacou ainda que a corrupção atinge especialmente os mais pobres ao prejudicar as estruturas sociais e serviços essenciaiscomo investimentos em saúde, educação, infraestrutura e outros.

Acompanhe tudo sobre:José Antonio Dias ToffoliOperação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)

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