Temer: "É fundamental que votemos a reforma da Previdência ainda este ano", disse Temer (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 17h42.
Brasília - O presidente Michel Temer fez mais um discurso público nesta terça-feira, 12, para tentar convencer a classe política, com o argumento de cobranças durante a campanha eleitoral, a aprovar ainda neste ano a reforma da Previdência, horas depois de admitir que votação pode ficar para fevereiro de 2018.
"É fundamental que votemos a reforma da Previdência ainda este ano", disse Temer durante cerimônia de lançamento do Plano Agro+ Integridade, no Palácio do Planalto.
Na frente de uma plateia de ruralistas e parlamentares, Temer usou o argumento que vinha sendo apresentado em privado aos congressistas: os políticos serão questionados sobre a reforma durante a campanha eleitoral do ano que vem.
"Não vamos ter a ilusão de que candidatos a presidente, governador e deputado federal, tendo em vista a relevância que se deu à Previdência Social, que não sejam eles questionados sobre essa matéria durante a campanha. Vão ter que definir durante a campanha. Vamos considerar que isso vá para 2019. O presidente candidato, o governador candidato, o deputado federal candidato vai ter que dizer qual é a posição dele com relação à Previdência. Ora, se é assim, é melhor resolver isso logo."
Temer, que ainda recebe empresários nesta terça-feira no Planalto, disse que eles devem cobrar senadores e deputados que votem a favor da revisão das novas regras para aposentadoria. "Daqui a pouco, empresários vêm aqui exigir do governo que realize a reforma da previdência. Vou devolver e pedir que eles peçam aos deputados e senadores", disse.
Ao setor do agronegócio, Temer disse que o lançamento do programa de compliance elaborado depois da Operação Carne Fraca é um "importante passo para aprimorar o ambiente institucional".
Ele saiu em defesa do setor, agraciado ao longo deste ano com atos administrativos que defendia, como a revisão das regras de fiscalização do trabalho escravo e concessões de programas de refinanciamento do Funrural.
A bancada do agronegócio é a maior da Câmara, com cerca de 230 deputados, e tem sido aliada do governo.
"Dizem muitas vezes que eu protejo o agronegócio e os ruralistas, mas é o contrário: o agronegócio e os ruralistas que protegem a economia do País", disse.
O presidente afirmou que seu governo tenta modernizar o Estado e torná-lo mais justo e que "tem respeito pelo agronegócio".
O evento foi o terceiro compromisso público do presidente nesta terça-feira, que, entre uma agenda e outra, realizou novamente exames como parte do acompanhamento posterior à cirurgia urológica feita em outubro.