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Doria e Pazuello trocam farpas, mas para onde vão as vacinas do Butantan?

Ministério pediu todo o lote pronto de vacinas do Butantan. São Paulo diz que não há a necessidade de enviar a parte destinada ao estado

Vacina Coronavac, desenvolvida pelo Butantan/Sinovac. (Amanda Perobelli/Reuters)

Vacina Coronavac, desenvolvida pelo Butantan/Sinovac. (Amanda Perobelli/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 17 de janeiro de 2021 às 17h49.

Última atualização em 17 de janeiro de 2021 às 21h02.

Após o Ministério da Saúde anunciar a compra de todas as doses da vacina contra a covid-19 do Instituto Butantan, desenvolvida com o laboratório chinês Sinovac, começou uma briga entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O grande debate ficou em torno do envio do lote já pronto, cerca de 6 milhões de doses, que estão em posse do Instituto Butantan.

Na sexta-feira, o Ministério da Saúde mandou um ofício ao instituto pedindo que enviasse todas as vacinas prontas ao centro de distribuição da pasta, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a dizer que estas doses pertenciam ao ministério e não a São Paulo. Mas disse que a distribuição seria igualitária, seguindo critérios de população. O Butantan respondeu pedindo quais doses seriam destinadas ao governo de São Paulo, para enviar os lotes já divididos.

Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), o governo federal distribui o imunizante aos estados, que têm a obrigação de distribuir aos municípios. E segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, este envio fracionado é comum em outras campanhas de imunização, como o da gripe.

“Temos quase 6 milhões de doses que estão prontas. Quase 4.636.936 milhões de doses serão levadas ao Ministério da Saúde. 1.357.640 ficarão em São Paulo. Números que não foram definidos por nós, foram definidos pelo nosso Programa Nacional de Imunização. O Ministério nos enviou e assim estamos procedendo. Estes números foram nos informado na tarde de hoje pelo Arnaldo Medeiros [Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde]. Contas feitas pelo Ministério da Saúde”, explicou Dimas Covas em entrevista coletiva neste domingo, 17.

Na mesma coletiva de imprensa, o governador João Doria explicou que as vacinas que o Ministério da Saúde comprou, e que são destinadas a outros estados, serão enviadas ainda neste domingo ao centro de distribuição do governo federal.

“Autorizamos a imediata distribuição da vacina do Butantan para todos os estados brasileiros por meio do Ministério da Saúde. Os caminhões serão carregados rapidamente e ainda hoje. E esperamos que o Ministério da Saúde distribua o mais rápido possível aos brasileiros, principalmente aos profissionais de saúde”, afirmou.

Doria ainda disse que vai enviar na segunda-feira, 18, 50 mil doses da vacina ao estado do Amazonas, que vive o colapso no sistema de saúde.

De acordo com Dimas Covas, este lote é um “extra” enviado da China e que não faze parte da compra do Ministério da Saúde. “Eram vacinas de controle de estudo clínico, de controle de lote, estamos reunindo essas doses para enviar. São doses do Butantan”, disse.

Vacina do Butantan e da Fiocruz aprovadas pela Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, neste domingo, 17, o uso emergencial das vacinas do Instituto Butantan/Sinovac e da Fiocruz/AstraZeneca no Brasil. A reunião com os cinco diretores da agência levou cinco horas e teve aprovação unânime.

Como é um protocolo excepcional, o uso, de fato, depende ainda da publicação da decisão e dos acordos entre a Anvisa e os laboratórios em Diário Oficial.

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