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Doria diz que Brasil deve "reconhecer erros" sobre a Amazônia

O governador de SP afirmou estar preocupado com os incêndios e disse existir um "risco real" de retaliação por parte da União Europeia

Doria: pronunciamento do governador de SP demonstra mais um descolamento do governo Bolsonaro (Valter Campanato/Agência Brasil)
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Clara Cerioni

Publicado em 24 de agosto de 2019 às 11h41.

São Paulo — O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou neste sábado (24) estar preocupado com a situação das queimadas na floresta Amazônica .

Ao chegar a uma reunião com governadores da região Sudeste no Palácio Anchieta, em Vitória, no Espírito Santo, Doria comentou que no cenário internacional existe "um inconformismo muito grande" em relação às políticas ambientais brasileiras.

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O governador disse existir um "risco real" de retaliação por parte da União Europeia.

"Estivemos em Londres e, antes mesmo das queimadas nessa intensidade das últimas semanas, já se ouvia ameaças de investidores de redução de potencial de negócios no agro brasileiro. Perder o acordo com a União Europeia e grandes parceiros comerciais, num momento em que o país precisa ampliar as exportações e preservar empregos, já é mais uma notícia ruim para o Brasil", disse.

Doria também fez comentários sobre a possibilidade de a Finlândia banir a importação de carne brasileira, pedindo "calma e distensão" por parte do governo do Brasil.

"Se nós partimos para a retaliação mútua, o prejuízo é geral. É ruim para todos. Todo e qualquer confronto nunca é construtivo. O Brasil tem que recuar e ter humildade para reconhecer alguns erros", afirmou.

O governador afirmou ainda que o Brasil deve aceitar "toda e qualquer cooperação internacional" para acabar com as queimadas. Segundo Doria, o assunto foi abordado por vários governadores por WhatsApp. Neste sábado, os líderes do Sudeste se reúnem para discutir temas ligados a petróleo e gás.

Na noite dessa sexta-feira, 23, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), recebeu na residencial oficial o presidente da Câmara Rodrigo Maia e alguns governadores. Doria não apareceu.

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