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Diretor interino já teve nome citado em CPI

Roberto Moro, 33 anos de carreira na Petrobras, teve o nome citado no relatório final da comissão


	Petrobras: executivo figura na lista de funcionários ou ex-funcionários que, segundo recomendação do relatório da CPI mista, deveriam ser alvo de investigação
 (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: executivo figura na lista de funcionários ou ex-funcionários que, segundo recomendação do relatório da CPI mista, deveriam ser alvo de investigação (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2015 às 08h30.

Rio - O engenheiro mecânico Roberto Moro, 33 anos de carreira na Petrobrás, que assumirá interinamente o cargo de diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais, teve o nome citado no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apurou irregularidades na estatal.

O documento, de autoria do senador Marco Maia (PT-RS), foi entregue em dezembro do ano passado e criticado pela oposição, que chegou a apresentar um relatório paralelo.

Com exceção do novo presidente da estatal, Aldemir Bendine, e do novo diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan de Souza Monteiro, Moro e os demais integrantes da diretoria executiva da companhia nomeados ontem são funcionários de carreira, todos com cerca de 30 anos de empresa, e assumirão os novos postos interinamente.

Moro já trabalhava na área de engenharia, como gerente executivo de Engenharia para Empreendimentos Submarinos. O executivo figura na lista de funcionários ou ex-funcionários da Petrobrás que, segundo recomendação do relatório da CPI mista, deveriam ser alvo de investigação administrativa por parte da Controladoria-Geral da União (CGU).

Na lista, Roberto Moro é citado como gerente de Implementação de Empreendimentos para Marlim Sul.

O relatório recomenda à Controladoria-Geral da União a "abertura (ou prosseguimento, se houver) de Processos Administrativos Sancionadores, que envolvem os seguintes empregados e/ou ex-empregados da Petrobrás, visando a apuração da responsabilização individual, na medida do quanto comprovado de suas participações, em prática de atos ilícitos".

Procurada para comentar a recomendação do relatório sobre Moro, a Petrobrás não respondeu até a noite de ontem.

Assim como Moro, os demais diretores interinos trabalhavam nas respectivas diretorias que agora assumem, ocupando cargos de gerente executivo, função que, no organograma da Petrobrás, fica imediatamente abaixo dos diretores.

Nessa posição, tiveram relação direta com ex-diretores da Petrobrás investigados na Operação Lava Jato, como Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró.

Solange da Silva Guedes, diretora interina de Exploração e Produção, está há 30 anos na companhia e "já ocupou diversas posições gerenciais, todas relacionadas à área de Exploração e Produção", segundo o fato relevante divulgado ontem pela Petrobrás. Solange está no cargo atual desde dezembro de 2013, quando duas gerências foram fundidas.

O comando da área de Exploração e Produção é estratégico - a diretoria já foi definida como "aquela que fura poço", nas palavras do então presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti.

Doutora em engenharia de petróleo, Solange da Silva Guedes é próxima de Guilherme Estrella, diretor da área de 2003 a 2012, funcionário de carreira e militante do PT, que comandou a descoberta das reservas no pré-sal e defensor da política de conteúdo local.

Jorge Celestino Ramos, diretor interino de Abastecimento, atualmente é gerente executivo de Logística do Abastecimento e tem 32 anos de casa.

Foi gerente executivo também na BR Distribuidora. Já Hugo Repsold Júnior, diretor interino de Gás e Energia, é o atual gerente executivo de Gás e Energia Corporativo, com 30 anos de empresa.

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