Funcionário dos Correios durante a entrega de encomendas no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2014 às 18h44.
Brasília - Os Correios vão processar o candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, e os partidos que o apoiam por acusar a estatal de cometer crime eleitoral na distribuição de material de campanha.
De acordo com a empresa, uma ação será ajuizada amanhã contra o tucano, que, em entrevistas, declarou que santinhos de sua coligação não foram regularmente enviados em Minas, o que teria favorecido a candidatura de políticos rivais.
A decisão foi tomada, segundo a empresa, para reparar supostos danos à sua imagem e para distanciar seus interesses institucionais do debate eleitoral.
"Visando preservar sua boa reputação no mercado, perante seus clientes e a sociedade brasileira, os Correios decidiram processar o senhor Aécio Neves e sua coligação partidária", anunciou a estatal.
Em nota, os Correios reafirmaram que não houve "qualquer irregularidade na distribuição de objetos postais de seus clientes relacionados aos fatos mencionados pelo candidato".
"Apesar de todos os esforços da empresa de esclarecer ao cliente específico e à sociedade em geral, que não existiu nenhuma irregularidade na distribuição de objetos postais referentes ao citado candidato, este tem insistido em atribuir aos Correios a prática de crime eleitoral, o que não é verdade", sustenta a empresa.
Aécio também afirmou, na semana passada, que ajuizará ação contra os Correios por crime eleitoral. O motivo é o suposto boicote na distribuição de seu material de campanha.
O anúncio foi feito após o jornal O Estado de S. Paulo divulgar um vídeo no qual o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) atribui o bom desempenho da presidente Dilma Rousseff em Minas ao "dedo dos petistas dos Correios".
As declarações foram feitas numa reunião do petista com o presidente da estatal, Wagner Pinheiro, e outros dirigentes da empresa em Belo Horizonte.
No último dia 19 de setembro, o jornal mostrou também que os Correios distribuíram em São Paulo, em caráter excepcional, 4,8 milhões de santinhos da presidente Dilma Rousseff sem chancela.
A estampa serve para atestar que o material foi regularmente enviado, mediante pagamento.