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“Dinheiro que é bom não apareceu”, diz Jobim sobre ajuda ao Haiti

De acordo com Jobim, os únicos países cujas doações foram identificadas são o Brasil, a Austrália, o Canadá e a Colômbia

O ministro afirmou que o problema para dar casa para os cerca de 1,5 milhões de desabrigados é a falta de recursos (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

O ministro afirmou que o problema para dar casa para os cerca de 1,5 milhões de desabrigados é a falta de recursos (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 17h37.

Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou hoje (12) que o trabalho do Brasil na reconstrução do Haiti, devastado há um ano por um terremoto que matou 230 mil pessoas, “está ótimo”, mas fez críticas à demora na ajuda financeira prometida por outros países.

“O que está faltando é a intensiva participação internacional em fazer aquilo que se prometeu em termos de recursos que cheguem na ponta”, afirmou o ministro, ao chegar a um evento organizado pelo Exército para homenagear os 18 militares que morreram durante o terremoto. 

De acordo com Jobim, os únicos países cujas doações foram identificadas são o Brasil, a Austrália, o Canadá e a Colômbia. “Houve uma série de promessas internacionais de recursos, com a presença de grandes políticos internacionais, mas dinheiro que é bom não apareceu." Para o ministro, o importante é que as promessas de colaborações e doações se concretizem e cheguem ao Haiti.

Ao deixar o evento, Jobim disse não acreditar que o problema da distribuição dos recursos prometidos ao Haiti seja a desorganização interna.

Segundo o Itamaraty, o Brasil já repassou cerca de 80% dos US$ 172 milhões prometidos para o Haiti em março de 2010. O anúncio da ajuda brasileira foi feito durante a Conferência Internacional de Doadores para um Novo Futuro para o Haiti, que resultou em promessas de US$ 9,9 bilhões em doações nos próximos anos.

De acordo com Jobim, não há previsão de término para a reconstrução do país, mas as tropas brasileiras vão ficar o tempo que for necessário. Ele acredita que o país está se reerguendo, embora de forma lenta. “Quando você olha o Haiti, há a remoção de escombros é feita manualmente e eles são colocados na rua. Então, você está sempre vendo escombros, mas estão sendo feitas remoções.”

O ministro afirmou que o problema para dar casa para os cerca de 1,5 milhões de desabrigados é a falta de recursos. “A Minustah [Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti] não tem recursos para esse tipo de situação. A Minustah tem recursos destinados às atividades de manutenção de quadros. Eu fiz um apelo no sentido de que pudéssemos ampliar a abrangência da Minustah para a reconstrução”, disse o ministro.

Perguntado sobre um possível descaso dos Estados Unidos com a recuperação do Haiti, Jobim afirmou que este país não tem operação de paz com a ONU e que é natural que tenha deixado o Haiti após o apoio logístico inicial. “A regra americana é que soldados americanos não podem ser comandados por estrangeiros, é por isso que eles não operam nessas situações. Ajudaram muito na logística, trouxeram alimentos à época, o navio-hospital ajudou muito, e depois foram embora”, concluiu. 

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