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Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2013 às 15h28.
Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff sobrevoou nesta sexta-feira as regiões de Minas Gerais afetadas por intensas chuvas, se disse "impactada" pelo desastre e anunciou novas ajudas humanitárias para atender as vítimas nessa zona do sudeste do país.
Minas Gerais e o Espírito Santo foram as regiões mais atingidas pelas chuvas que começaram há mais de uma semana e até agora deixaram um total de 41 mortos e 60 mil vítimas.
Dilma, que ontem havia partido para a praia de Aratu, na Bahia de Todos os Santos (BA) para descansar por uns dias, interrompeu o recesso de fim de ano e viajou hoje para Minas Gerais, onde sobrevoou de helicóptero algumas das cidades mais afetadas junto com o governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB).
A presidente se disse particularmente impactada com a dimensão do desastre em Virgolândia, uma cidadezinha de cerca de 6 mil habitantes que ficou inundada quase totalmente depois dos temporais, que levaram à cheia de vários rios.
"Foi muito impactante", declarou a chefe de Estado à imprensa, ao lado do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e outras autoridades locais.
O prefeito de Virgolândia, Arnaldo Braga, confirmou que na cidade foram registradas duas mortes, mas admitiu que o número pode ser maior, pois não se sabe o que aconteceu com as pessoas que estão desaparecidas.
Dilma alertou que as previsões meteorológicas preveem que as chuvas continuarão nessa região nos próximos dias, embora com menos intensidade, e assegurou que "a primeira tarefa é salvar as vidas" daquelas pessoas que ainda permanecem em zonas isoladas pelas inundações.
"Após resgatar todos, assim que as chuvas passarem será o momento de reconstruir o que a chuva destruiu", apontou.
Assim como tinha feito nesta terça-feira, quando sobrevoou as regiões afetadas pelas chuvas no Espírito Santo, a presidente anunciou um envio de emergência de ajuda humanitária a Minas Gerais.
A ajuda consistirá basicamente em cobertores, remédios, alimentos e água potável e será distribuída pelas equipes das Forças Armadas que serão enviadas a Minas Gerais de Brasília, do Rio de Janeiro e de outras regiões do país.
Segundo a Defesa Civil, as chuvas afetaram 47 municípios do estado de Minas Gerais e 34 deles foram declarados em "situação de emergência".
Até agora, após mais de uma semana de contínuos temporais, em Minas Gerais morreram 18 pessoas, em sua maioria arrastadas por deslizamentos ocorridos em áreas montanhosas. Outras 23 pessoas morreram no estado do Espírito Santo.
A última morte foi registrada nesta quinta-feira na cidade de Juiz de Fora, onde em uma casa humilde, construída precariamente na encosta de um morro, foi encontrado o corpo de uma mulher soterrada por uma parede que desmoronou.
O impacto econômico do desastre ainda não pode ser calculado, mas as autoridades de Minas Gerais preveem que tanto estradas como ruas e avenidas de dezenas de cidades deverão ser objeto de grandes obras.
Também devem ser reconstruídas pelo menos cinco pontes e serão necessários trabalhos de contenção de montanhas e rios que exigirão grandes investimentos.
No Espírito Santo, a situação da infraestrutura é semelhante e o trabalho das equipes de regate se concentrava hoje na distribuição de ajuda, que foi facilitada pela trégua das chuvas, que perderam força, apesar de ainda serem esperadas precipitações para os próximos dias.
Além de mobilizar as Forças Armadas para se somar aos trabalhos de resgate e atendimento às vítimas, Dilma sancionou nesta quinta-feira uma medida provisória para facilitar a liberação de recursos financeiros no caso de desastres, a fim de acelerar o processo de reconstrução das regiões afetadas.