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Dilma pede que papa traga à Copa mensagem contra o racismo

“A única coisa que eu pedi é que neutralidade fosse mantida pelo santo padre e [que] assim, a 'Mão de Deus' não empurrasse a bola de ninguém”, disse Dilma

Papa Francisco segura camisa autografada por Pelé: segundo a presidente Dilma, toda vez que brasileiro e argentino se encontram é discutido o tema futebol (Osservatore Romano/Reuters)

Papa Francisco segura camisa autografada por Pelé: segundo a presidente Dilma, toda vez que brasileiro e argentino se encontram é discutido o tema futebol (Osservatore Romano/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 19h19.

Ao se encontrar, nesta sexta-feira (21), com o papa Francisco, a presidente Dilma Rousseff pediu ajuda do pontífice para a propagação, durante a Copa do Mundo, de mensagens de paz e de luta contra o preconceito. Apesar de ter convidado o papa para assitir ao Mundial no Brasil, Dilma disse não acreditar que ele possa comparecer.

Segundo a presidente, toda vez que um brasileiro e um argentino se encontram, é discutido o tema futebol. “A única coisa que eu pedi é que neutralidade fosse mantida pelo santo padre e [que] assim, a 'Mão de Deus' não empurrasse a bola de ninguém”, disse a presidente, em referência ao histórico gol de Maradona, jogador argentino, que usou a mão para empurrar a bola em jogo contra a Inglaterra, na Copa do Mundo no México, em 1986.

“Vim pedir uma mensagem dele sobre esse posicionamento da Copa do Mundo no Brasil, a Copa das Copas. Pedir posicionamento quanto à questão da paz e contra o preconceito, especificamente contra o racismo”, explicou Dilma. Segundo ela, o papa deve enviar uma mensagem tratando desses temas.

No último dia 12, o jogador Tinga, do Cruzeiro, sofreu com demonstrações de racismo da torcida peruana durante jogo da Copa Libertadores da América.

Dilma está no Vaticano para o consistório, cerimônia em que o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, será oficializado cardeal da Igreja Católica. O evento ocorre neste sábado (22) e será seguido de uma missa no domingo (23), para a qual a presidente “possivelmente” deve ficar.

“Eu fiquei muito feliz com a indicação de dom Orani. Acho que a escolha dele é merecida. Além de ser homem de fé, é pessoa com grande capacidade, solidariedade, que se interessa pelos movimentos sociais, pelos pobres”, ressaltou.

Dilma presenteou o papa Francisco com uma camisa da Seleção Brasileira autografada especialmente pelo ex-jogador Pelé, uma bola de futebol assinada e com dedicatória de Ronaldo Fenômeno e uma coleção de livros sobre a história dos jesuítas no Brasil.

“Fora uma camisa contrabandeada pelo Gilberto [Carvalho, secretário-geral da Presidência]. Essa camisa do Palmeiras não valeu, não é protocolar”, brincou Dilma.

Ela recebeu do papa um terço, uma imagem do Anjo da Paz e uma medalha para ser entregue a sua filha, Paula. “Uma medalha que ele me entregou da forma muito humana que ele tem”, contou Dilma.

Apesar de estar previsto, o encontro de Dilma com o presidente italiano,Giorgio Napolitano, pode não ocorrer devido aos compromissos do chefe de Estado. “Eu tenho todo interesse de encontrar com o presidente. Acontece que amanhã tudo indica que vai ser formado um novo governo”, relatou a presidente, em entrevista a jornalistas após o encontro com o papa.

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