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Dilma pede e ministros reagem sobre delação premiada

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou que tenha conversado sobre a Operação Lava Jato com o advogado da UTC

A presidente Dilma Rousseff: o governo nega interferência política para barrar um novo escândalo. (Valter Campanato/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2015 às 20h12.

Brasília - Por ordem da presidente Dilma Rousseff, ministros reagiram neste sábado a informações dando conta de que o governo federal estaria fazendo manobras para evitar a todo custo a delação premiada do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, preso há três meses na Polícia Federal, em Curitiba.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou que tenha conversado sobre a Operação Lava Jato com o advogado da UTC, Sérgio Renault, e disse não ter poderes para impedir condenações em troca do silêncio do investigado.

Em nota divulgada à tarde, Cardozo subiu o tom em relação a declarações anteriores sobre o assunto e chamou de "mentirosa" a "versão" divulgada pela segunda vez pela revista Veja.

Segundo a publicação, Cardozo se reuniu com Renault, que foi secretário de Reforma do Judiciário e é seu amigo, para pedir a ele que convencesse Pessoa a não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público sobre o esquema de corrupção na Petrobras.

O ministro insiste que o advogado da UTC esteve no Ministério da Justiça, recentemente, somente para se encontrar com o advogado Sigmaringa Seixas, que estava lá e com quem iria almoçar. Até agora, Cardozo só admite ter conversado sobre a investigação com advogados da Odebrecht, que lhe solicitaram audiência e pediram a apuração de "vazamentos criminosos" na Lava Jato.

"É lamentável que, mais uma vez, Veja se utilize de supostas declarações de um investigado (Ricardo Pessoa), encaminhadas à revista por pessoas que se escondem no anonimato, para buscar atingir a imagem do ministro e de membros do governo federal. Uma vez identificadas, estas pessoas serão processadas civil e criminalmente", diz a nota de quatro itens, divulgada pela assessoria de Cardozo.

O governo nega interferência política para barrar um novo escândalo. Segundo a revista, Pessoa quer contar à Justiça que, no ano passado, deu R$ 30 milhões que teriam sido desviados da Petrobras para abastecer campanhas de candidatos do PT. A nota do Ministério da Justiça afirma que o titular da Pasta "não dispõe de instrumentos para impedir ou negociar vantagem de qualquer natureza para que uma delação premiada não se consume" e chama a reportagem de "absurda". "Ele (o ministro) não tem poderes para determinar o fim de uma prisão, para impedir ou mitigar uma condenação ou para efetivar qualquer medida que pudesse oferecer vantagens a um investigado em troca do seu silêncio", diz o texto.

'NADA A TEMER'

Já o ministro da Defesa, Jacques Wagner, chamou de "ilação" a informação de que teria recebido doações "clandestinas" da UTC nas campanhas de 2006 e 2010 ao governo da Bahia e disse não ter "nada a temer". Wagner afirmou que todas as doações para suas campanhas "foram declaradas e as prestações de contas, aprovadas pela Justiça Eleitoral".

O ministro negou que tenha recebido contribuição da UTC na disputa de 2006, quando concorreu pela primeira vez ao governo da Bahia, mas confirmou a doação da construtora na campanha pela reeleição, em 2010. "Os recursos declarados encontram-se à disposição de qualquer cidadão para consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", argumentou Wagner.

Um auxiliar de Pessoa disse a Veja, sob condição de anonimato, que "Ricardo pode destruir Wagner" se revelar tudo o que sabe ao Ministério Público e à Polícia Federal. "É uma frase inócua. Minha vida política está consolidada em três eleições para deputado federal e duas vitórias em primeiro turno para governador da Bahia", reagiu o ministro.

Tesoureiro da campanha de Dilma, o deputado estadual Edinho Silva (PT) afirmou, em nota, que a revista tenta "criminalizar doações legais" e vincular o comitê financeiro da presidente às investigações efetuadas na Petrobrás. Silva garantiu que a campanha de Dilma "não recebeu doações da UTC efetuadas por intermédio do Partido dos Trabalhadores".

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou que tenha conversado sobre a Operação Lava Jato com o advogado da UTC, Sérgio Renault, e disse não ter poderes para impedir condenações em troca do silêncio do investigado.

Em nota divulgada à tarde, Cardozo subiu o tom em relação a declarações anteriores sobre o assunto e chamou de "mentirosa" a "versão" divulgada pela segunda vez pela revista Veja.

Segundo a publicação, Cardozo se reuniu com Renault, que foi secretário de Reforma do Judiciário e é seu amigo, para pedir a ele que convencesse Pessoa a não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público sobre o esquema de corrupção na Petrobras.

O ministro insiste que o advogado da UTC esteve no Ministério da Justiça, recentemente, somente para se encontrar com o advogado Sigmaringa Seixas, que estava lá e com quem iria almoçar. Até agora, Cardozo só admite ter conversado sobre a investigação com advogados da Odebrecht, que lhe solicitaram audiência e pediram a apuração de "vazamentos criminosos" na Lava Jato.

"É lamentável que, mais uma vez, Veja se utilize de supostas declarações de um investigado (Ricardo Pessoa), encaminhadas à revista por pessoas que se escondem no anonimato, para buscar atingir a imagem do ministro e de membros do governo federal. Uma vez identificadas, estas pessoas serão processadas civil e criminalmente", diz a nota de quatro itens, divulgada pela assessoria de Cardozo.

O governo nega interferência política para barrar um novo escândalo. Segundo a revista, Pessoa quer contar à Justiça que, no ano passado, deu R$ 30 milhões que teriam sido desviados da Petrobras para abastecer campanhas de candidatos do PT. A nota do Ministério da Justiça afirma que o titular da Pasta "não dispõe de instrumentos para impedir ou negociar vantagem de qualquer natureza para que uma delação premiada não se consume" e chama a reportagem de "absurda". "Ele (o ministro) não tem poderes para determinar o fim de uma prisão, para impedir ou mitigar uma condenação ou para efetivar qualquer medida que pudesse oferecer vantagens a um investigado em troca do seu silêncio", diz o texto.

'NADA A TEMER'

Já o ministro da Defesa, Jacques Wagner, chamou de "ilação" a informação de que teria recebido doações "clandestinas" da UTC nas campanhas de 2006 e 2010 ao governo da Bahia e disse não ter "nada a temer". Wagner afirmou que todas as doações para suas campanhas "foram declaradas e as prestações de contas, aprovadas pela Justiça Eleitoral".

O ministro negou que tenha recebido contribuição da UTC na disputa de 2006, quando concorreu pela primeira vez ao governo da Bahia, mas confirmou a doação da construtora na campanha pela reeleição, em 2010. "Os recursos declarados encontram-se à disposição de qualquer cidadão para consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", argumentou Wagner.

Um auxiliar de Pessoa disse a Veja, sob condição de anonimato, que "Ricardo pode destruir Wagner" se revelar tudo o que sabe ao Ministério Público e à Polícia Federal. "É uma frase inócua. Minha vida política está consolidada em três eleições para deputado federal e duas vitórias em primeiro turno para governador da Bahia", reagiu o ministro.

Tesoureiro da campanha de Dilma, o deputado estadual Edinho Silva (PT) afirmou, em nota, que a revista tenta "criminalizar doações legais" e vincular o comitê financeiro da presidente às investigações efetuadas na Petrobrás. Silva garantiu que a campanha de Dilma "não recebeu doações da UTC efetuadas por intermédio do Partido dos Trabalhadores".

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