Dilma mobiliza equipe para desmontar bomba fiscal
Governo se preocupa com proposta de piso salarial para policiais civis, militares e bombeiros
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2010 às 07h38.
São Paulo - As pressões no Congresso para aumentar gastos públicos foram o centro da primeira reunião do grupo de transição entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, realizada ontem. A proposta de emenda à Constituição que cria um piso salarial para policiais civis, militares e bombeiros é um dos itens que mais preocupam o futuro governo de Dilma.
O projeto elevará a despesa em R$ 30 bilhões ao ano, e os deputados assumiram o compromisso de votá-lo ainda em 2010. A conta recairá sobre os cofres dos Estados, que pagam os salários dos policiais, mas a União terá de complementar os gastos. Somente para São Paulo, o aumento causará impacto de R$ 8 bilhões.
"Vejo que os governadores estão se mobilizando para vir pressionar por mais repasses da Lei Kandir", disse à reportagem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que ontem participou da reunião da equipe de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, e depois foi à casa da presidente eleita.
Bernardo se referia à mobilização dos governadores da oposição, que reivindicam do Planalto R$ 19,5 bilhões, a título de repasse referentes a perdas que tiveram com a Lei Kandir. A lei desonera a exportação de produtos básicos e semielaborados. "Mas se essa emenda passar, não tem Lei Kandir que dê jeito", insistiu o ministro do Planejamento.
Alertado sobre o problema, o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), afirmou que conversará com os governadores. "Os avisos foram feitos: vamos ser contrários a qualquer projeto que aumente os gastos sem ter recurso previsto no Orçamento", observou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também presente ao encontro de ontem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.