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Dilma: golpe; Oposição não se abala…

Dilma no Senado Desde pouco antes das 10 horas da manhã a presidente afastada Dilma Rousseff responde a perguntas de senadores a respeito do processo de impeachment que sofre. Dilma abriu sua fala com um discurso de 44 minutos no qual classificou a ação como golpe e acusou a oposição de armar para desestabilizar o […]

DILMA NO SENADO: a presidente afastada falou em golpe e acusou a oposição de armar para desestabilizar o país / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

DILMA NO SENADO: a presidente afastada falou em golpe e acusou a oposição de armar para desestabilizar o país / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2016 às 19h01.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h55.

Dilma no Senado

Desde pouco antes das 10 horas da manhã a presidente afastada Dilma Rousseff responde a perguntas de senadores a respeito do processo de impeachment que sofre. Dilma abriu sua fala com um discurso de 44 minutos no qual classificou a ação como golpe e acusou a oposição de armar para desestabilizar o país como forma de montar um ambiente propício para sua retirada do poder. Ela disse que tentou melhorar o ambiente econômico, mas foi boicotada pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

“Não há crime”

A presidente afastada também sustentou que não cometeu o crime de responsabilidade pelo qual é acusada, de abrir créditos suplementares sem aprovação do Congresso e realizar empréstimos de bancos públicos para maquiar o rombo nas contas da União, as chamadas pedaladas fiscais. Dilma também disse que o presidente interino Michel Temer vai inviabilizar gastos sociais com habitação, saúde, educação e Previdência com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que limita os gastos públicos à inflação do ano anterior.

A oposição

Depois de passar o fim de semana alegando que não aceitaria que Dilma utilizasse a palavra “golpe” no Senado, os senadores de oposição acabaram não tendo reações exageradas. Aécio Neves, que foi adversário de Dilma na corrida à Presidência em 2014 relembrou momentos dos debates, alegando que a presidente afastada mentiu na campanha. Dilma, por sua vez, defendeu-se alegando que o cenário internacional piorou muito a partir de outubro de 2014, com a queda no preço das commodities, e que isso refletiu na economia.

De leve

Outro senador que prometia uma fala áspera contra Dilma, o democrata Ronaldo Caiado perguntou sobre a economia, citando o número de desempregados e a recessão do país. Dilma respondeu que grande parte disso foi ocasionada pelo cenário internacional, citando novamente as commodities e a política monetária dos Estados Unidos, que aumentaram a taxa de juro aplicada. Os senadores aliados de Dilma usaram seus 5 minutos para defender a presidente afastada e levantar a bola de assuntos positivos para o governo do PT.

Repercussão dentro e fora

A imprensa internacional, de maneira geral, dá como certo o impeachment de Dilma Rousseff. Diversos veículos influentes deram destaque à fala da presidente no Senado. De modo geral, jornais como o americano The New York Times e o britânico The Guardian ressaltaram a fala em que Dilma diz que sofre um golpe e que não cometeu crimes. Já o jornal especializado em economia Financial Times questionou o sistema político brasileiro, criticando o fato de não haver um líder efetivo há quase um ano. O jornal debateu se não seria hora de o país mudar para o sistema parlamentarista.

Enquanto isso

O presidente Michel Temer acompanhou as falas de Dilma Rousseff do Palácio do Jaburu durante a manhã. À tarde, ele recebeu atletas olímpicos e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. Temer discursou aos atletas, agradecendo pelo comprometimento, e disse que acompanha o julgamento de Dilma com “absoluta tranquilidade”. O presidente deve viajar para a China — já como efetivo — assim que o julgamento de Dilma se encerrar, e colocá-lo como definitivo no cargo. Nos bastidores, a equipe de Temer avaliou o discurso da presidente afastada pela manhã como “fraco politicamente” e incapaz de mudar o placar que culminará na cassação.

Fraude na Fazenda

O Ministério Público Federal denunciou 23 pessoas por uma fraude que chegou a 100 milhões de reais da Fazenda Nacional. Eles foram investigados pela operação Protocolo Fantasma, acusados de formar uma quadrilha que fraudava o sistema de registro, tramitação e consulta de processos administrativos no site do governo. O grupo diminuía o valor de dívidas de empresas, fornecia certidões negativas de débito e parcelava impostos ilegalmente. Foram 434 transações fraudulentas beneficiando 230 contribuintes criminosos.

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