Brasil

Dilma garante rigor na apuração que envolve a Petrobras

Evento foi o primeiro em que Dilma apareceu em público ao lado da presidente da Petrobras, Graça Foster, desde início da onda de denúncias envolvendo estatal


	Dilma Rousseff em cerimônia no Estaleiro Atlântico Sul: ela afirmou que "está errado" quando alguns dizem que a Petrobras está perdendo valor e importância no Brasil
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff em cerimônia no Estaleiro Atlântico Sul: ela afirmou que "está errado" quando alguns dizem que a Petrobras está perdendo valor e importância no Brasil (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 15h39.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff saiu nesta segunda-feira, 14,em defesa da Petrobras, garantiu a apuração "com o máximo de rigor" de denúncias envolvendo a empresa e disse que a estatal, ao longo da história, resistiu bravamente às "tentativas de desvirtuá-la, reduzi-la e privatizá-la".

"A Petrobras jamais vai se confundir com qualquer malfeito, com corrupção ou qualquer ação indevida de quaisquer pessoas, das mais graduadas às menos graduadas", afirmou Dilma, durante cerimônia de viagem inaugural do navio petroleiro Dragão do Mar e batismo do navio Henrique Dias, no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE).

O evento de hoje foi o primeiro em que Dilma apareceu em público ao lado da presidente da Petrobras, Graça Foster, desde o início da onda de denúncias envolvendo a estatal, e também o discurso mais enfático da presidente sobre a questão.

"Nós, com determinação, estamos aqui nos comprometendo, a cada dia que passa, que o que tiver de ser apurado vai ser apurado com o máximo de rigor. O que tiver de ser punido vai ser também com o máximo de rigor", disse Dilma.

Ela mencionou que a auditoria da Petrobras com o programa de prevenção à corrupção da empresa e com as comissões de apuração "são os mais eficazes mecanismos de controle e fiscalização internos".

Além disso, Dilma citou o Poder Judiciário, o Ministério Público e "sobretudo" a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União como órgãos do governo federal que "estarão sempre atentos para realizar a fiscalização e os controles externos".

"Não podemos permitir, é bom dizer isso, como brasileiros que amam e defendem este país, que se utilize ações individuais e pontuais, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem de nossa maior empresa, a nossa empresa mãe. Ou para tentar confundir quem de fato trabalha a favor e quem trabalha contra a Petrobras", disse a presidente.

Manipulação de dados

Dilma afirmou que "está errado" quando alguns dizem que a Petrobras está perdendo valor e importância no Brasil.

"Manipulam dados, distorcem análises, desconhecem deliberadamente a realidade do mercado internacional de petróleo, para transformar eventuais problemas do mercado em fatos irreversíveis e definitivos", disse.


A presidente lembrou que em 2003, no início do governo Lula, a Petrobras valia no mercado R$ 15,5 bilhões, e hoje, mesmo com problemas, vale R$ 98 bilhões.

"Ao contrário do passado, a Petrobras é a empresa que hoje mais investe no Brasil", revelou, destacando que, entre 2003 e 2013, foram investidos US$ 306 bilhões, US$ 48 bilhões só no ano passado. "Em dez anos) multiplicamos por seis o investimento feito pela Petrobras."

Dilma também mencionou a mudança de patamar no lucro da estatal, ao afirmar que o lucro líquido passou de R$ 8,1 bilhões para R$ 23,6 bilhões.

"Essas e outras conquistas mostram que o meu governo e o do Lula reergueram a Petrobras", disse. "Reconstruímos seu programa de investimentos, valorizamos seu quadro de funcionários. Foi por isso que descobrimos os megacampos do pré-sal."

Ela destacou diversos avanços da empresa nos últimos anos, como a adaptação à lei que introduziu o modelo de exploração por concessão e enalteceu sua própria gestão e os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente do governo federal.

Dilma aproveitou para defender o modelo de partilha, aprovado em 2010 e implantado em 2013.

"O modelo de partilha nos dá maior controle sobre nossa riqueza e melhor uso social dos recursos do petróleo. O modelo de partilha é fundamental no pré-sal porque lá o risco é muito reduzido e os volumes são muito elevados e o petróleo de muito boa qualidade", assegurou.

A lei da partilha, destacou Dilma, estabeleceu que a Petrobras será operadora no pré-sal, fortalecendo-a.

De acordo com a presidente, a Petrobras se transformou na empresa que mais investe na prospecção de petróleo no mundo.

Para exemplificar o bom desempenho da Petrobras, ela disse que hoje a petrolífera tem em operação 133 plataformas, 41 sondas de perfuração e 361 barcos de apoio e que em 2014 estão em construção outras 18 plataformas em estaleiros espalhados pelo Brasil.

Dilma disse ainda que as reservas da Petrobras chegaram a 16,6 bilhões de barris de óleo equivalente. Segundo ela, o índice de sucesso da perfuração de campos em geral é de 75% e que, no caso do pré-sal, é de 100%.

De acordo com a presidente, a Petrobras revolucionou a indústria naval brasileira e que para 2017 a expectativa é bater 100 mil empregos gerados na indústria de fornecedores.

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