Dilma entrega obra atrasada do PAC em Anápolis
A inauguração da Ferrovia Norte-Sul acontece três anos e meio depois do prazo de entrega estipulado pelo então presidente Lula
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2014 às 14h11.
Anápolis - Três anos e meio depois do prazo de entrega estipulado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff inaugurou nesta quinta-feira, 22, em Anápolis (GO) um trecho de 855 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, obra do Programa de Aceleração do Crescimento ( PAC ) que liga a cidade goiana a Palmas, no Tocantins.
Em seu discurso, Dilma agradeceu o senador José Sarney (PMDB-AP) pela concepção da obra, atacou gestões de antecessores e afirmou que o seu governo tem vontade política para enfrentar problemas e "não ficar chorando pelas esquinas".
Em setembro de 2010, Lula promoveu uma cerimônia de "inserção dos trilhos de ligação entre os Estados de Goiás e Tocantins", quando prometeu a conclusão da obra em dezembro de 2010.
"Nós vamos até Palmas agora, vamos inaugurar um outro trecho, vai ter um ato lá, e, no dia 20 de dezembro, preparem uma grande festa, que nós vamos inaugurar a Ferrovia Norte-Sul até Anápolis", prometeu Lula na época.
A "grande festa" ocorreu nesta quinta-feira, com Dilma subindo em uma locomotiva, cumprimentando operários, sendo recebida por uma claque que gritava "Dilma! Dilma!" e ganhando até elogios rasgados do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que chegou a afirmar que a presidente "colaborou para que o País andasse para frente".
O tom da cerimônia, no entanto, não foi só de "festa".
Antes do evento da presidente, um grupo de aproximadamente 300 pessoas protestou no Distrito Agroindustrial de Anápolis, perto do local da solenidade, cobrando agilidade do governo federal na obra de um viaduto.
Os manifestantes não chegaram a acompanhar de perto a cerimônia, monitorada por um forte esquema de segurança.
Atraso
Ao comentar o atraso na entrega da Norte-Sul, Dilma lembrou que todo o processo da ferrovia demorou 27 anos. "Dizem que demorou 27 anos, é verdade, mas eu vou dizer o seguinte: demorava 27 anos. Hoje, não demora mais 27 anos", afirmou, sendo interrompida por aplausos.
"O Brasil (antes) tinha parado de investir durante muito tempo, o Brasil tinha deixado várias ferrovias Norte-Sul para trás. Sei de todas as dificuldades que ferrovia Norte-Sul teve para sair", comentou a presidente.
Dilma relembrou as dificuldades enfrentadas na época do lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007, quando era ministra-chefe da Casa Civil.
"Naquele momento o governo fez o PAC, era o primeiro programa planejado e concebido pra recuperar o tempo perdido dos investimentos em infraestrutura e, em especial, nós tínhamos um grande interesse em recuperar ferrovias. Tivemos grandes dificuldades, primeiro porque no período anterior não havia prateleira onde você chegasse e pegasse um projeto pronto e licitasse", disse a presidente, numa crítica à gestão tucana. "Tinha de começar do nada."
Choro
Saindo em defesa da sua gestão, a presidente afirmou na cerimônia que o seu governo enfrenta dificuldades e tem vontade política para resolver os problemas do País.
"Tem duas formas de lidar com a realidade, em todas as áreas da vida. Uma que é aquela do 'não vai dar certo', 'ah, não vai ficar bom', que é uma atitude que pode chamar 'tranca roda', a coisa não roda de jeito nenhum. E tem outro jeito de se lidar com a realidade, que é saber que qualquer processo é difícil, (que) faz parte da realidade enfrentar dificuldade, que não tem um caminho pavimentadinho e pronto antes de você pavimentar", afirmou Dilma.
"Nós enfrentamos a dificuldade, achamos que é possível superar e nós temos certeza de que temos trabalhadores que são capazes de criar uma ferrovia com as suas mãos, sabemos que tem empresários que vão assumir construção, podem ter certeza que temos um governo com vontade política de enfrentar e resolver os problemas e não ficar chorando pelas esquinas, é essa a diferença entre as duas posturas", concluiu.
Afago
A presidente também aproveitou a cerimônia para fazer um afago no senador José Sarney (PMDB-AP), que lançou o projeto da ferrovia durante o seu mandato presidencial.
"Nós herdamos algo importante do senador e ex-presidente da República José Sarney que foi a concepção de que era importante fazer a ferrovia Norte-Sul e atualizamos a visão da ferrovia Norte-Sul, percebendo que o Brasil tinha de ter uma coluna vertebral que seria a ferrovia das ferrovias, que cortaria o Brasil de Norte a Sul, que levaria o nosso País a superar esse atraso inexplicável, porque a época das ferrovias foi o final do século XIX e início do século XX", afirmou.
Vaiado pelo público ao ser anunciado pelo locutor da solenidade, o governador Marconi Perillo agradeceu a presidente Dilma Rousseff pela postura "republicana".
"A senhora foi sábia, trabalhou, injetou recursos para que diversos setores da economia nacional pudessem se movimentar, ajudou governadores e prefeitos e colaborou para que o País andasse para a frente", elogiou o tucano.
Anápolis - Três anos e meio depois do prazo de entrega estipulado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff inaugurou nesta quinta-feira, 22, em Anápolis (GO) um trecho de 855 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, obra do Programa de Aceleração do Crescimento ( PAC ) que liga a cidade goiana a Palmas, no Tocantins.
Em seu discurso, Dilma agradeceu o senador José Sarney (PMDB-AP) pela concepção da obra, atacou gestões de antecessores e afirmou que o seu governo tem vontade política para enfrentar problemas e "não ficar chorando pelas esquinas".
Em setembro de 2010, Lula promoveu uma cerimônia de "inserção dos trilhos de ligação entre os Estados de Goiás e Tocantins", quando prometeu a conclusão da obra em dezembro de 2010.
"Nós vamos até Palmas agora, vamos inaugurar um outro trecho, vai ter um ato lá, e, no dia 20 de dezembro, preparem uma grande festa, que nós vamos inaugurar a Ferrovia Norte-Sul até Anápolis", prometeu Lula na época.
A "grande festa" ocorreu nesta quinta-feira, com Dilma subindo em uma locomotiva, cumprimentando operários, sendo recebida por uma claque que gritava "Dilma! Dilma!" e ganhando até elogios rasgados do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que chegou a afirmar que a presidente "colaborou para que o País andasse para frente".
O tom da cerimônia, no entanto, não foi só de "festa".
Antes do evento da presidente, um grupo de aproximadamente 300 pessoas protestou no Distrito Agroindustrial de Anápolis, perto do local da solenidade, cobrando agilidade do governo federal na obra de um viaduto.
Os manifestantes não chegaram a acompanhar de perto a cerimônia, monitorada por um forte esquema de segurança.
Atraso
Ao comentar o atraso na entrega da Norte-Sul, Dilma lembrou que todo o processo da ferrovia demorou 27 anos. "Dizem que demorou 27 anos, é verdade, mas eu vou dizer o seguinte: demorava 27 anos. Hoje, não demora mais 27 anos", afirmou, sendo interrompida por aplausos.
"O Brasil (antes) tinha parado de investir durante muito tempo, o Brasil tinha deixado várias ferrovias Norte-Sul para trás. Sei de todas as dificuldades que ferrovia Norte-Sul teve para sair", comentou a presidente.
Dilma relembrou as dificuldades enfrentadas na época do lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007, quando era ministra-chefe da Casa Civil.
"Naquele momento o governo fez o PAC, era o primeiro programa planejado e concebido pra recuperar o tempo perdido dos investimentos em infraestrutura e, em especial, nós tínhamos um grande interesse em recuperar ferrovias. Tivemos grandes dificuldades, primeiro porque no período anterior não havia prateleira onde você chegasse e pegasse um projeto pronto e licitasse", disse a presidente, numa crítica à gestão tucana. "Tinha de começar do nada."
Choro
Saindo em defesa da sua gestão, a presidente afirmou na cerimônia que o seu governo enfrenta dificuldades e tem vontade política para resolver os problemas do País.
"Tem duas formas de lidar com a realidade, em todas as áreas da vida. Uma que é aquela do 'não vai dar certo', 'ah, não vai ficar bom', que é uma atitude que pode chamar 'tranca roda', a coisa não roda de jeito nenhum. E tem outro jeito de se lidar com a realidade, que é saber que qualquer processo é difícil, (que) faz parte da realidade enfrentar dificuldade, que não tem um caminho pavimentadinho e pronto antes de você pavimentar", afirmou Dilma.
"Nós enfrentamos a dificuldade, achamos que é possível superar e nós temos certeza de que temos trabalhadores que são capazes de criar uma ferrovia com as suas mãos, sabemos que tem empresários que vão assumir construção, podem ter certeza que temos um governo com vontade política de enfrentar e resolver os problemas e não ficar chorando pelas esquinas, é essa a diferença entre as duas posturas", concluiu.
Afago
A presidente também aproveitou a cerimônia para fazer um afago no senador José Sarney (PMDB-AP), que lançou o projeto da ferrovia durante o seu mandato presidencial.
"Nós herdamos algo importante do senador e ex-presidente da República José Sarney que foi a concepção de que era importante fazer a ferrovia Norte-Sul e atualizamos a visão da ferrovia Norte-Sul, percebendo que o Brasil tinha de ter uma coluna vertebral que seria a ferrovia das ferrovias, que cortaria o Brasil de Norte a Sul, que levaria o nosso País a superar esse atraso inexplicável, porque a época das ferrovias foi o final do século XIX e início do século XX", afirmou.
Vaiado pelo público ao ser anunciado pelo locutor da solenidade, o governador Marconi Perillo agradeceu a presidente Dilma Rousseff pela postura "republicana".
"A senhora foi sábia, trabalhou, injetou recursos para que diversos setores da economia nacional pudessem se movimentar, ajudou governadores e prefeitos e colaborou para que o País andasse para a frente", elogiou o tucano.