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Dilma diz que vai combater corrupção e defenderá Petrobras

"Como presidenta, mas sobretudo como brasileira, eu defenderei em quaisquer circunstâncias e com todas as minhas forças a Petrobras", disse presidente

Dilma Rousseff: "Não transigirei em combater todo tipo de malfeito, ação criminosa, tráfico de influência, corrupção ou ilícito de qualquer espécie, seja ele cometido por quem quer que seja" (Roberto Stuckert Filho/PR)
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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 17h33.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff fez uma defesa enfática da Petrobras nesta segunda-feira e prometeu combater "com rigor" qualquer ato de corrupção envolvendo a petroleira, em um momento em que paira a ameaça de instalação de uma CPI para investigar a estatal.

Em discurso contundente a favor da empresa atingida por denúncias que podem resultar na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso, Dilma afirmou que os dados da Petrobras têm sido "manipulados" para proveito político.

"Como presidenta, mas sobretudo como brasileira, eu defenderei em quaisquer circunstâncias e com todas as minhas forças a Petrobras", disse em cerimônia de batismo e viagem inaugural de navios petroleiros em Ipojuca (PE).

"Mas, igualmente, não ouvirei calada a campanha negativa dos que, por proveito político, não hesitam em ferir a imagem desta empresa", disse.

A oposição tenta emplacar uma CPI para investigar denúncias de suposto superfaturamento na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos; suspeitas de pagamento de propina a funcionários da Petrobras por uma empresa holandesa; e de ativação de plataformas de exploração de petróleo sem todas as condições de segurança, entre outros pontos.

"Não transigirei em combater todo tipo de mal-feito, ação criminosa, tráfico de influência, corrupção ou ilícito de qualquer espécie, seja ele cometido por quem quer que seja", prometeu a presidente no evento desta segunda.

São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das ações despencando e produção de petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
  • 2. Investigação sobre propina

    2 /11(Sérgio Moraes/Reuters)

  • Veja também

    Em fevereiro, ex-funcionários da holandesa SBM, que aluga navios-plataformas, fizeram denúncias que apontam que empregados da Petrobras receberam propina para fechar negócios. O processo indica que funcionários e intermediários da petroleira receberam cerca de 140 milhões de dólares. A Petrobras abriu uma auditoria interna para apurar as denúncias. Segundo Graça, os primeiros resultados da auditoria levaram 30 dias para sair. A Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento para que a empresa esclareça tais irregularidades.



  • 3. Endividamento bilionário

    3 /11(REUTERS/Nacho Doce)

  • A captação de  8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.

  • 4. Queda da produção

    4 /11(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    Em 2013, a produção de petróleo da Petrobras caiu 2,5% no Brasil. Neste ano, em janeiro, a produção também recuou.  No primeiro mês do ano, a produção total de petróleo e gás natural ficou 2,2% abaixo do total produzido em dezembro de 2013, quando atingiu 2,36 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Segundo a empresa, a interrupção da produção em duas unidades instaladas na Bacia de Campos e a venda de participação no Parque das Conchas impactaram a produção do período.


  • 5. Multa bilionária

    5 /11(REUTERS/Sergio Moraes)

    Entre outubro de 2013 e janeiro deste ano, a Petrobras recebeu cinco autuações da Receita Federal que somam 8,7 bilhões de reais. As informações estão no prospecto preliminar publicado na Securities and Exchange Comission (SEC), regulador do mercado de capitais da América do Norte. A Petroleira informou que já apresentou recursos em todos os casos. O processo ainda está em fase de julgamento.

  • 6. Ações despencaram

    6 /11(Alexandre Battibugli/EXAME)

    No final do mês passado, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram  para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa havia crescido 50% no último ano. Os papéis preferenciais da empresa tiveram a maior queda da bolsa de São Paulo no dia 26 de fevereiro. As ações fecharam o dia cotadas a 13,70 reais, seu menor valor desde 27 de dezembro de 2005.

  • 7. Valor de mercado menor

    7 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    A Petrobras foi a empresa que mais encolheu em valor de mercado no mês de fevereiro deste ano.
    Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.

    No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.

  • 8. Preço do dólar divergente

    8 /11(Bruno Domingos/Reuters)

    Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.

    A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
  • 9. Preço do combustível

    9 /11(Divulgação/Petrobras)

    A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico  reajuste no preço do combustível.

    A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.

  • 10. Independência do governo

    10 /11(Francois Lenoir/Reuters)

    No mês passado, Silvio Sinedino, funcionário da Petrobras há 26 anos e presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), ganhou o direito de ocupar uma cadeira no conselho de administração da estatal. Ao que tudo indica, Sinedino quer deixar claro que os funcionários da companhia não compactuam com a ideia de que as decisões da empresa teriam de estar totalmente alinhadas às decisões do Governo Federal. Hoje o conselho da Petrobrás é formado por dez membros, sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações minoritárias, um pelos acionistas de ações preferenciais e um pelos empregados.





  • 11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país

    11 /11(AGÊNCIA BRASIL)


  • Dilma destacou ainda que órgãos de investigação e fiscalização, como a Polícia Federal (PF), e a Controladoria Geral da União (CGU), estarão "sempre atentos" para apurar denúncias contra a empresa.

    Esta não é a primeira vez que a presidente se manifesta sobre o assunto desde que as denúncias sobre a estatal voltaram à tona. Em meados de março Dilma divulgou nota informando que a decisão de compra da refinaria de Pasadena foi tomada com base em documento "técnica e juridicamente falho" e que se soubesse de todas as cláusulas do contrato não teria autorizado a operação.

    Nesta segunda, num tom mais enfático, recorreu à história da estatal -citando, inclusive a possibilidade de privatização da empresa, motivo de críticas ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB)- para afirmar que a Petrobras foi reerguida por seu governo e o de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Dilma fez ainda um discurso a favor do regime de partilha aprovado pelo Congresso Nacional para ser aplicado na exploração do petróleo na camada do pré-sal.

    O novo modelo de exploração exige que a Petrobras seja operadora dos campos de petróleo, com no mínimo 30 por cento de participação na exploração. Para a presidente, o regime fortalecerá a estatal no médio prazo em "níveis jamais alcançados".

    Dilma disse também que estão errados os que apontam para uma desvolarização e perda de importância da Petrobras, afirmando que haveria uma deliberada distorção de informações conjunturais de mercado, com o objetivo de denegrir a imagem da empresa.

    "Manipulam dados, distorcem análises, desconhecem deliberadamente a realidade do mercado mundial de petróleo para transformar eventuais problemas conjunturais de mercado em supostos fatos irreversíveis e definitivos", disse a presidente.


    Dilma ressaltou o valor de mercado da Petrobras, apesar da crise internacional e de questões conjunturais, para defender a estatal. O valor da empresa chega a 197,4 bilhões de reais de acordo com dados da Thomson Reuters, embora a presidente tenha afirmado, em seu discurso, que esse valor correspondia a 98 bilhões de reais.

    Campo Político

    Durante o evento desta segunda em Pernambuco, Estado que foi governado por Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência nas eleições de outubro, Dilma aproveitou para citar outros investimentos federais na região e disse olhar "de forma especial" para os Estados do Nordeste.

    O ex-governador de Pernambuco oficializou nesta segunda-feira a candidatura à Presidência da República pelo PSB, com a ex-senadora Marina Silva como candidata a vice-presidente, com vistas a capitalizar parte dos cerca de 20 milhões de votos obtidos por Marina na eleição presidencial de 2010.

    A presidente disse "ter orgulho" da atuação do governo Federal nas obras do Porto de Suape, de estaleiros e da refinaria de Abreu e Lima, além de incentivos tributários e financiamento para a implantação de indústria automobilística na região.

    "Nós temos...uma diretriz muito clara", disse a presidente durante a cerimônia. "Nós apoiamos todos os Estados da federação, mas olhamos de forma especial para os Estados do Nordeste. Porque ao longo da história, o Nordeste sempre foi relegado a um segundo plano", afirmou.

    Texto atualizado às 17h32min do mesmo dia, para adicionar mais informações.

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