Dilma: "o Fundo Social do pré-sal destina, para ser distribuído nas duas áreas (educação e saúde), em torno de mais de R$ 300 bilhões", disse (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2013 às 13h36.
Brasília - Em entrevista concedida a jornalistas depois da cerimônia de sanção da Lei do Mais Médicos, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, 22, que o leilão do Campo de Libra foi um "sucesso".
A presidente disse que Libra vai permitir "grandes recursos" para a saúde e para a educação, lembrando que o Congresso Nacional aprovou recentemente a destinação dos royalties do petróleo para essas duas áreas sociais.
"O Fundo Social do pré-sal destina, para ser distribuído nas duas áreas (educação e saúde), em torno de mais de R$ 300 bilhões", disse Dilma. "Isso é algo absolutamente significativo no Brasil".
Dilma Rousseff também fez uma enfática defesa do modelo de partilha, sob o qual o campo de Libra foi leiloado e que sofreu críticas da oposição nesta segunda-feira, 21, com o resultado do certame. "Com a partilha, a União, os Estados e municípios ficam com 85% das receitas, se você considerar também a Petrobras", pontuou. De acordo com presidente, desse total, 75% é da União. "Quem fala em privatização, no mínimo, desconhece essas contas".
Dilma disse que o grupo vencedor é um dos maiores "consórcios de empresas para explorar o pré-sal". A presidente afirmou que Libra, no seu pico, produzirá 1,4 milhão de barris/dia, mais de 70% de tudo o que o País produz hoje. A presidente disse que é o óleo excedente que destinará os maiores recursos para a educação e para a saúde. "Os royalties agregam", complementou. "O óleo excedente, nós temos uma parte dele e o comercializaremos". Mesmo assim, disse Dilma, as empresas terão acesso a um lucro "muito significativo".
A presidente afirmou que não há preconceito entre as diferentes empresas de petróleo que se uniram para explorar as riquezas do pré-sal no Brasil. Dilma também disse que o modelo de exploração do pré-sal não precisa de ajustes.
"O consórcio que ganhou é um consórcio sólido, com grandes empresas, e - interessante - não tem preconceito entre elas. As grandes empresas de petróleo não têm preconceito, como muitas vezes é externado aqui no Brasil com empresas chinesas. As empresas chinesas são das maiores do mundo, têm parcerias sólidas com a Shell em outros países, é um consórcio de grandes empresas, que tem a capacidade de explorar os recursos necessários (no pré-sal), não só financeiros, mas tecnológicos", afirmou Dilma.
"A Petrobras é, sem sombra de dúvida, junto com a Shell, a grande empresa do mundo com especialização em águas profundas. O leilão é um sucesso, o Brasil deu um grande passo ao mudar o padrão, 85% da riqueza fica no Brasil, nós ao mesmo tempo, sem nenhuma outra consideração, conseguimos o maior consórcio de empresas do mundo para explorar o pré-sal. Estou bastante satisfeita", disse a presidente.
Questionada se o modelo de exploração do pré-sal precisava de ajustes, Dilma respondeu: "Não vejo onde esse modelo precisa de ajustes. Não tem por que modificar conteúdo nacional, não tem por que modificar papel da PPSA, não tem por que tirar os 30% da Petrobras. Então, aqueles que querem mudar isso, mostrem as suas faces e defendam, não atribuam ao governo o interesse em modificar qualquer coisa. O governo está satisfeito com o modelo de partilha".
Ironia
A presidente Dilma Rousseff ironizou notícias veiculadas pela imprensa às vésperas do leilão do Campo de Libra, como a de que o governo temia um baixo interesse de empresas na exploração das riquezas do pré-sal.
"Fico, assim, intrigada muitas vezes, acordo de manhã, olho pro espelho e pergunto pra mim mesma: quem será essa fonte do Planalto? Quem será essa fonte do governo? É uma coisa que me intriga, viu, gente? Um dia desses, eu pergunto para os meus botões (apontando para o próprio blazer), esses botões são assim muito ignorantes, não conseguem me responder. Quero dizer o seguinte: o governo está satisfeito com o resultado do Leilão, acha o consórcio sólido, está satisfeito com o que lhe cabe da receita, está satisfeito com a destinação desta riqueza", afirmou a presidente.