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A jornais estrangeiros, Dilma nega caixa 2 em campanha

Presidente convocou entrevista coletiva com principais veículos de comunicação internacional, que durou mais de uma hora


	Dilma Rousseff: presidente rebateu editorial do New York Times afirmando que Lula é seu "parceiro" e justificando nomeação em ministério.
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Dilma Rousseff: presidente rebateu editorial do New York Times afirmando que Lula é seu "parceiro" e justificando nomeação em ministério. (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2016 às 17h06.

Nova York e São Paulo - A presidente Dilma Rousseff afirmou a jornalistas estrangeiros nesta quinta-feira, 24, que "dorme bem à noite" e que o esforço da oposição para a remover do Planalto "carece de bases legais".

De acordo com reportagem escrita pelo correspondente do jornal norte-americano The New York Times no Brasil, Simon Romero, a presidente reforçou que não pretende renunciar.

A reportagem descreve que Dilma adotou um tom "desafiador" na conversa, que durou mais de uma hora, em seu escritório no Palácio do Planalto, insistindo que não pretende deixar o governo.

"Nós apelaremos a todos os meios legais disponíveis", afirmou a presidente, ao ser perguntada sobre se aceitaria uma derrota no Congresso sobre o impeachment. Segundo o relato do NYT, Dilma negou que tenha recebido financiamento ilegal em sua campanha.

O jornal norte-americano lembra o imbróglio em torno da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.

Em um editorial publicado no último sábado, o periódico classificou de "ridículas" as explicações de Dilma para justificar a nomeação de Lula, principalmente porque ocorreu em meio às denúncias de corrupção apuradas pela Operação Lava Jato.

Na entrevista desta quinta-feira, Dilma defendeu a escolha do ex-presidente. "Lula é meu parceiro", disse ela, segundo o jornal.

Ela ressaltou a capacidade de negociação e articulação política de Lula e afastou a justificativa de que a nomeação é apenas para protegê-lo da Operação Lava Jato, dando foro privilegiado ao ex-presidente.

O NYT destaca na reportagem uma pesquisa recente, que mostra que 68% da população é favorável ao impeachment e que os brasileiros têm saído às ruas para protestarem contra o governo.

"Não vou dizer que é agradável ser vaiada", disse Dilma aos jornalistas estrangeiros ao falar das manifestações. "Mas não sou uma pessoa depressiva. Eu durmo bem à noite."

A reportagem destaca ainda que o impeachment de Dilma pode ser votado na Câmara e no Senado já no próximo mês e que a presidente ainda enfrenta outra possibilidade de perder o mandato, a análise de irregularidades no financiamento da chapa que a elegeu pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE). Neste caso, o vice-presidente, Michel Temer, não poderia assumir o Planalto.

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