Exame Logo

Dilma cassada; PSDB vs. PMDB…

Dilma cassada Às 13h35, por 61 votos a 20, a agora ex-presidente Dilma Rousseff teve seu processo de impeachment aprovado no Senado. Com isso, Michel Temer, que já exercia o cargo desde o dia 12 de maio, se tornou o novo presidente da República. Dilma foi condenada por crime de responsabilidade, por “contratar operações de […]

TEMER TOMA POSSE: logo depois, o presidente fez um discurso duro a seus ministros contra a tese do golpe / Ueslei Marcelino/ Reuters
DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2016 às 18h56.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h51.

Dilma cassada

Às 13h35, por 61 votos a 20, a agora ex-presidente Dilma Rousseff teve seu processo de impeachment aprovado no Senado. Com isso, Michel Temer, que já exercia o cargo desde o dia 12 de maio, se tornou o novo presidente da República. Dilma foi condenada por crime de responsabilidade, por “contratar operações de crédito com instituição financeira controlada pela União e editar decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional”, de acordo com a sentença.

Veja também

Com direitos políticos

Um dos temas polêmicos do dia foi o desmembramento da votação do processo. A pergunta que deveria ser respondida pelos senadores foi separada em duas, uma referente à cassação do mandato, outra à perda dos direitos políticos. Os senadores aceitaram tirar Dilma do poder, mas não os direitos políticos por oito anos. Assim, ela não fica impedida de concorrer a cargos públicos, nem ser indicada para secretarias ou ministérios no futuro. Há dúvidas da possibilidade legal disso, e tanto partidos aliados como opositores a Dilma devem recorrer ao Supremo Tribunal Federal.

Problemas na base

A manobra teria sido articulada por Renan Calheiros, que assim consegue agradar o PT e mostra ao presidente Temer seu poder sobre os senadores do PMDB. Dez senadores do partido foram contra a perda de direitos da petista, enquanto dois se abstiveram. Apenas dois haviam votado contra a perda de mandato. Interlocutores dizem que nem Temer, nem representantes de DEM e PSDB, sabiam da ideia de Calheiros. Líder do PSDB, Cássio Cunha Lima chegou a falar em romper com o governo. O líder do governo, Aloysio Nunes, chegou a entregar o cargo, mas Temer não aceitou. Aécio Neves, presidente do PSDB, disse que o partido não romperá com o governo enquanto Temer tiver o objetivo de ajustar a economia. Ronaldo Caiado, do DEM, anunciou que rompeu com o governo.

Posse de Temer

Às 16h40, o senador Renan Calheiros começou a sessão de posse do novo presidente. Após os senadores e deputados presentes cantarem o hino nacional, Michel Temer fez o juramento com a mão sobre a Constituição e assinou o termo de posse. Não houve discurso. Temer pretendia que a posse fosse a mais breve possível para poder seguir com sua agenda do dia. Ele pretende embarcar para a reunião do G-20 em Pequim ainda na noite de hoje para chegar a tempo de compromissos na sexta-feira.

Discurso duro

Logo após ser notificada que não era mais presidente da República, Dilma Rousseff fez um discurso duro contra o novo governo. Disse que sofreu um golpe parlamentar de uma oposição que é contra os direitos de minorias e da política de transferência de renda imposta pelo PT. Ela inflou a militância a continuar “contra o golpe” e disse que fará a oposição o mais dura possível ao novo governo. Despediu-se com um “até daqui a pouco”.

Dos dois lados

Logo após a posse, Temer foi para o Palácio do Planalto para uma reunião com todos os ministros. Ele foi duro ao se referir à oposição, dizendo que é inaceitável que continue se falando em golpe depois de um processo que garantiu “ampla defesa” e foi presidido pelo judiciário. Ele chegou a dizer que “golpista são eles”, e que “bota para fora do governo” quem não refutar as acusações de golpe. O discurso foi contra o que vinha sendo anunciado, de que Temer faria um discurso de união nacional. À noite, deve ser veiculado em cadeia nacional de rádio e TV um pronunciamento gravado no início da tarde.

Reação internacional

Alguns países da América do Sul, como Bolívia, Venezuela e Equador, chamaram seus embaixadores no Brasil de volta ao país e anunciaram que não reconhecem o novo governo. O departamento de estado dos Estados Unidos, por sua vez, disse que não viu problemas no processo que levou ao impeachment de Dilma Rousseff.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame