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DiCaprio, Gil e outros artistas pedem que EUA recusem acordo com Brasil

Os Estados Unidos estão conversando com o Brasil desde fevereiro a respeito de uma possível colaboração para deter a destruição crescente da floresta amazônica

Queimada na Amazônia, próxima a Porto Velho, em Rondônia. (Bruno Kelly/Amazonia Real/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de abril de 2021 às 16h21.

Dezenas de celebridades do Brasil e dos Estados Unidos, como o ator Leonardo DiCaprio, a estrela pop Katy Perry e o músico Gilberto Gil, divulgaram uma carta nesta terça-feira pedindo ao presidente norte-americano, Joe Biden, para não aceitar nenhum acordo ambiental com o presidente Jair Bolsonaro .

Os Estados Unidos estão conversando com o Brasil desde fevereiro a respeito de uma possível colaboração para deter a destruição crescente da floresta amazônica, mas o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse à Reuters que nenhum acordo ficará pronto para a cúpula do Dia da Terra desta semana, organizada por Biden.

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O desmatamento disparou na Amazônia no governo Bolsonaro, que relaxou proteções ambientais e defende o desenvolvimento econômico da floresta tropical.

Grupos indígenas e ambientalistas dizem que qualquer acordo com o governo Bolsonaro cria o risco de legitimar uma gestão que está incentivando a destruição ambiental e violações dos direitos humanos.

"Nós apelamos ao seu governo para ouvir o pedido deles (indígenas e ambientalistas) e não se comprometer com nenhum acordo com o Brasil a esta altura", disseram as celebridades nesta terça-feira em uma carta aberta dirigida a Biden.

O Palácio do Planalto e um representante do governo Biden não responderam de imediato a pedidos de comentários.

Os signatários ainda incluem os atores Joaquin Phoenix, Mark Ruffalo, Jane Fonda, Sigourney Weaver, Sonia Braga, Wagner Moura, cineastas como Fernando Meirelles, e músicos como Caetano Veloso e Philip Glass.

"Unimo-nos a uma coalizão crescente... ao fazer um apelo ao seu governo para rejeitar qualquer acordo com o Brasil até o desmatamento ser reduzido, os direitos humanos serem respeitados e uma participação significativa da sociedade civil ser alcançada", disse a carta.

O documento incentiva Biden a dialogar com governos estaduais e municipais do Brasil e com indígenas e a sociedade civil sobre soluções possíveis para a Amazônia antes de assumir compromissos ou financiar novas iniciativas.

O desmatamento na parte brasileira da Amazônia atingiu o nível mais alto em 12 anos em 2020, e uma área 14 vezes o tamanho da cidade de Nova York foi destruída, mostraram dados do governo brasileiro.

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