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Dias decisivos no Supremo

Depois de mais de 1.000 dias transcorridos e 37 fases, a operação Lava-Jato deve ter nesta semana um de seus momentos decisivos. Até esta terça-feira a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, decide se homologa a delação premiada de 77 executivos da empreiteira Odebrecht. Seria um passo fundamental para a que a operação não sofresse atrasos […]

CÁRMEN LÚCIA: a presidente do Supremo Tribunal homologou as delações premiadas dos executivos da Odebrecht / Cristiano Mariz
DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 05h49.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h03.

Depois de mais de 1.000 dias transcorridos e 37 fases, a operação Lava-Jato deve ter nesta semana um de seus momentos decisivos. Até esta terça-feira a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, decide se homologa a delação premiada de 77 executivos da empreiteira Odebrecht. Seria um passo fundamental para a que a operação não sofresse atrasos por conta da morte do ministro relator, Teori Zavascki. Ainda esta semana, no retorno aos trabalhos, na quarta-feira, a ministra deve decidir como será escolhido o substituto de Teori.

Cármen Lúcia tem sob sua responsabilidade deliberar sobre questões urgentes do Supremo até o dia 31 de janeiro, quando termina o recesso do tribunal. Com o pedido de urgência protocolado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, abre-se a possibilidade de que o processo ande mais rápido. Depois do fim das últimas audiências com os executivos na sexta 27, Cármen Lúcia passou o sábado 28 estudando os documentos. A aposta é que a homologação deve de fato acontecer.

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“Há razões jurídicas e republicanas para buscar garantir à Lava-Jato o cronograma mais parecido possível com aquele previsto por Teori”, afirma Ivar Hartmann, professor de Direito do Estado na Fundação Getúlio Vargas Direito Rio. Ao longo da semana, a presidente do Supremo consultou informalmente outros ministros para ver a recepção da medida. Não houve grande contestação. “É muito imprevisível, mas a ministra tem negociado com as mais diversas esferas”, afirma Rubens Glezer da FGV Direito de São Paulo.

Estima-se que 100 políticos, ao menos, estejam presentes nos relatos. A revista VEJA revelou, no fim de semana, que o presidente Michel Temer foi citado por pelo menos mais um executivo da Odebrecht, Benedicto Junior. Seria o quarto a mencionar o presidente. As delações ainda podem ter um impacto na ação de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral, que já tem 15.000 páginas e crescer ao receber os depoimentos da Odebrecht na Lava-Jato. O ministro Herman Benjamin, relator do processo no TSE, deve divulgar suas conclusões em fevereiro. Mas tudo depende dos próximos e decisivos dias no Supremo.

 

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