TREM EM SP: Sindicato da CPTM havia aderido à greve / Exame (Exame/Exame Hoje)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2017 às 06h46.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h15.
Estão marcados para esta quarta-feira os primeiros protestos de grandes proporções em 2017 contra o governo Michel Temer. As passeatas, organizadas pelos movimentos Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, acontecem em diferentes horários em 19 estados e no Distrito Federal. O mote é contestar a reforma da Previdência. “É preciso organizar a resistência e conscientizar a população nos seus locais de trabalho, nas escolas e universidades, no campo e na cidade, sobre o brutal ataque aos direitos que vem sendo patrocinado por um governo e uma esmagadora maioria do Congresso Nacional, que não tem compromisso com o povo”, diz nota assinada pelos grupos.
O lema é “Diretas Já, nenhum direito a menos” e a promessa é que não será uma ação única. Os grupos reclamam ainda de uma série desconexa de mudanças: a reforma do Ensino Médio, a retirada da obrigatoriedade da Petrobras ser exploradora ao menos minoritária de campos de petróleo do pré-sal, o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, definido com a aprovação no ano passado da PEC do teto, as reformas trabalhista e terceirizações.
Na esteira dos protestos, está planejada uma paralisação de diversas categorias. Em São Paulo, estão paralisadas as total ou parcialmente linhas de metrô azul, verde, vermelha, e lilás; apenas a linha amarela está funcionando. Os ônibus de 17 empresas não estão circulando; apenas os micro-ônibus de cooperativas estão funcionando. A paralisação começou dos ônibus à meia-noite e deve se manter até as 8h. A Via Dutra, entre São Paulo e Rio, também foi palco de protestos. O rodízio de carro foi suspenso. Havia promessas de paralisações semelhantes No Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Mas, no Rio, o movimento de ônibus e metrô está normal. Em Belo Horizonte, o serviço também está normal, segundo a Globonews. Há paralisações de ônibus em outras regiões, como a baixada santista.
A resistência nas ruas deve jogar ainda mais pressão nos congressistas, que votarão a reforma da Previdência na Câmara. Segundo cálculos do próprio governo, o apoio para aprovar o texto atual não passa dos 30%. Ainda assim, o relator na comissão especial, Arthur Maia (PPS-BA), insiste em negociar a regra de transição, movendo um dos pilares da reforma. O PSB declarou recentemente que não apoiará o governo, o Solidariedade demonstra insatisfação e a oposição promete bater forte nos plano do governo Michel Temer. O presidente sempre afirmou não estar preocupado com popularidade; mas os protestos desta quarta aumentam a pressão sobre a principal pauta do governo para 2017.