Brasil

Desembargador libera viagem de Temer à Inglaterra para palestra

A viagem de Temer havia sido barrada pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro

Michel Temer: ex-presidente está liberado para viajar à Inglaterra e fazer palestra (Marcelo Chello/Reuters)

Michel Temer: ex-presidente está liberado para viajar à Inglaterra e fazer palestra (Marcelo Chello/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de setembro de 2019 às 21h11.

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Ivan Athié, deu liminar, nesta quinta-feira (26), para o ex-presidente Michel Temer (MDB) poder viajar à Inglaterra.

O emedebista havia sido convidado para fazer uma palestra na Oxford Union, entidade vinculada a alunos da universidade. No entanto, o juiz da Lava Jato do Rio, Marcelo Bretas, havia negado.

O pedido de habeas foi apresentado pelos advogados de Temer, Eduardo Carnelós, Átila Machado, Roberto Soares Garcia e Brian Alves Prado. "Consoante se demonstrou, a decisão atacada não contém fundamento jurídico que a sustente. Conquanto exiba discurso musculoso, revela sua fragilidade intrínseca, e por isso merece cassação".

Athié afirma que Bretas fundamentou a decisão "em sua opinião pessoal sobre a necessidade da prisão cautelar, afastada pelo Superior Tribunal de Justiça".

 

"Em vigente dispositivo constitucional de presunção de inocência nestes termos, e considerando a relevância para o país, e sua história, o atendimento ao convite formulado ao paciente por entidade internacional, de relevante importância mundial, defiro a liminar requerida para autorizar a viagem, no período de 13 a 18 de outubro do corrente ano, a fim atender honroso convite formulado por Oxford Union", escreve.

Athié manda providenciar "de imediato a entrega do passaporte" a Temer, "que deverá ser devolvido em até cinco dias de seu retorno, junto com os comprovantes de viagem aérea de ida e volta ao Brasil".

Bretas tinha negado pedido de Temer

O juiz Marcelo Bretas havia barrado a ida de Temer em 18 de setembro. Em sua decisão, afirmou que o "status de réu (do emedebista), em ações por corrupção, é incompatível com o uso do passaporte diplomático para evento acadêmico".

Sob a tutela de Bretas correm ações contra Temer no âmbito da Operação Descontaminação, que mira supostas propinas e desvios em contratos da Usina de Angra III.

As acusações da Procuradoria dão conta de que empresas do amigo de longa data do ex-presidente, João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, teriam sido utilizadas para lavagem de dinheiro, em contratos com a Eletronuclear.

Acompanhe tudo sobre:Michel TemerJustiçaInglaterraEletronuclear

Mais de Brasil

“Rio atmosférico” pode provocar até 200 mm de chuva no RS nesta semana

Governo do Rio envia ao STF plano para retomar controle de áreas dominadas pelo crime

Moraes concede prisão domiciliar para general Augusto Heleno

Justiça condena Washington Reis por fraude imobiliária em Duque de Caxias