Brasil

Denúncia contra Cunha divide opiniões de parlamentares

A denúncia do procurador-geral da República para abrir investigação contra o presidente da Câmara dividiu as opiniões dos parlamentares da Casa


	Eduardo Cunha (PMDB-RJ): enquanto uns saíram em defesa de Cunha, outros lançaram manifesto contra ele
 (Montagem/Exame.com)

Eduardo Cunha (PMDB-RJ): enquanto uns saíram em defesa de Cunha, outros lançaram manifesto contra ele (Montagem/Exame.com)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2015 às 23h04.

A denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abertura de investigação contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dividiu as opiniões dos parlamentares: enquanto uns saíram em defesa de Cunha, outros lançaram manifesto contra ele e pediram que se afaste do comando da Casa.

O manifesto com assinaturas de deputados do PSOL, PSB, PT, PPS, PDT, PMDB, PR, PSC, Pros e PTB diz que as denúncias contra Cunha são gravíssimas e “tornam insustentável a permanência do deputado na presidência da Casa”.

Os deputados dizem que o afastamento de Cunha da presidência da Câmara evita manchar a imagem do Parlamento.

Em outro trecho do manifesto, os deputados afirmam que “exercer a presidência da Câmara exige equilíbrio, postura ética e credibilidade. A responsabilidade de dirigente maior de uma das casas do Poder Legislativo é incompatível com a condição de denunciado. Em defesa do Parlamento, clamamos pelo afastamento imediato de Eduardo Cunha da presidência da Câmara”.

Em defesa de Cunha, a bancada do PMDB afirma em nota que “apoia e acredita no presidente da Casa, Eduardo Cunha, e se solidariza com ele neste momento em que alguns se açodam a defender teses que ferem o princípio primordial do Estado Democrático de Direito”. Na nota, a bancada diz que, depois das etapas de investigações, agora foi o momento da denúncia. 

“O próximo passo, tão ou mais importante que os anteriores, é o da ampla defesa”.

Os peemedebistas afirmam que enquanto não se esgotarem todas as etapas previstas no rito da lei, “não há culpados, mas apenas acusados. O princípio da presunção de inocência é cláusula pétrea constitucional e juramos defender a Constituição”.

O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), disse que é preciso aguardar os desdobramentos da denúncia contra o presidente da Câmara antes de se fazer qualquer julgamento.

“Sempre defendemos o aprofundamento das investigações e o instituto da delação premiada, independente de quem esteja envolvido. Caberá a ele [Eduardo Cunha], agora, apresentar a sua defesa e, depois disso, o STF irá definir se aceitará ou não a denúncia. É preciso aguardar o desenrolar desse processo”,  disse o líder.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEduardo CunhaPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

STF tem maioria para manter decisão de Dino que liberou emendas com regras mais rígidas

Alexandre de Moraes cobra manifestação da PF em inquérito que investiga Elon Musk

Esmeralda avaliada em R$ 1 bilhão será leiloada em Salvador