Delta pode ter desviado R$ 300 milhões em recursos públicos
Hoje, a PF deflagrou a Operação Saqueador, que aprofundou investigações sobre desvio de recursos públicos, com o apoio do Ministério Público Federal
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2013 às 17h22.
Rio de Janeiro – A Delta Construções pode ter desviado R$ 300 milhões para 19 empresas de fachada entre 2007 e 2012, todas ligadas ao ramo da construção civil.
O esquema foi descoberto em investigação da Polícia Federal (PF) iniciada no fim do ano passado, quando a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira enviou documentos com o nome das empresas envolvidas.
Hoje (1ª), a PF deflagrou a Operação Saqueador, que aprofundou investigações sobre desvio de recursos públicos, com o apoio do Ministério Público Federal.
Cerca de 100 policiais cumprem 20 mandados de busca e apreensão desde o começo da manhã, na sede e filiais da empresa Delta Construções nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e Goiás, além de endereços comerciais e residenciais das 19 empresas suspeitas.
O coordenador da operação, delegado Tacio Muzzi, explica que a Delta fazia a transferência para a conta dessas empresas e grande parte do dinheiro era sacado em espécie.
“Com relação a essas empresas de fachada, o que já se materializou na investigação: a sede social não é compatível com o montante de recurso movimentado em suas contas-correntes; os sócios também não ostentam capacidade econômico-financeira relativa ao volume de recurso transitado nessas contas; e a maior parte nunca teve funcionário registrado. Então, seriam esses os indícios que denotam que essas empresas são empresas de papel”.
De acordo com ele, há um grupo de dez a 20 laranjas – pessoas que servem de intermediárias nas transações para ocultar a identidade de quem contrata – comum às empresas e que provavelmente sabiam do esquema.
Foram apreendidos, até o momento, R$ 350 mil em espécie no Rio e em São Pulo, em escritórios e residências, além de veículos, computadores e documentos. O delegado diz que a perícia contábil-financeira nessas empresas já começou a ser feita.
“O nosso foco inicial desse inquérito é a empresa Delta Construções. Está sendo feito um exame pericial para verificar a origem desse recurso que foi transferido. Essa diligência está em curso, há fortes indícios [de desvio de recursos públicos], porque grande parte dos negócios dessa construtora envolvia obras públicas.
Há recursos federais, estaduais e municipais, o exame pericial é justamente para verificar a origem desses recursos”, explicou o delegado.
Essa perícia deve ser concluída em 30 dias. De acordo com Muzzi, ainda não há indício de envolvimento de agentes públicos nem de políticos. O superintendente regional da PF no Rio de Janeiro, Roberto Cordeiro, explica que, se houver indício, os contratos públicos da Delta podem vir a ser investigados. “As investigações continuam. Se nós chegarmos à conclusão de que há indício desse tipo de situação, elas serão investigadas”.
Se as suspeitas forem comprovadas, os responsáveis podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e peculato. A PF ainda não divulgou os dados consolidados das apreensões feitas hoje nos três estados.
Rio de Janeiro – A Delta Construções pode ter desviado R$ 300 milhões para 19 empresas de fachada entre 2007 e 2012, todas ligadas ao ramo da construção civil.
O esquema foi descoberto em investigação da Polícia Federal (PF) iniciada no fim do ano passado, quando a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira enviou documentos com o nome das empresas envolvidas.
Hoje (1ª), a PF deflagrou a Operação Saqueador, que aprofundou investigações sobre desvio de recursos públicos, com o apoio do Ministério Público Federal.
Cerca de 100 policiais cumprem 20 mandados de busca e apreensão desde o começo da manhã, na sede e filiais da empresa Delta Construções nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e Goiás, além de endereços comerciais e residenciais das 19 empresas suspeitas.
O coordenador da operação, delegado Tacio Muzzi, explica que a Delta fazia a transferência para a conta dessas empresas e grande parte do dinheiro era sacado em espécie.
“Com relação a essas empresas de fachada, o que já se materializou na investigação: a sede social não é compatível com o montante de recurso movimentado em suas contas-correntes; os sócios também não ostentam capacidade econômico-financeira relativa ao volume de recurso transitado nessas contas; e a maior parte nunca teve funcionário registrado. Então, seriam esses os indícios que denotam que essas empresas são empresas de papel”.
De acordo com ele, há um grupo de dez a 20 laranjas – pessoas que servem de intermediárias nas transações para ocultar a identidade de quem contrata – comum às empresas e que provavelmente sabiam do esquema.
Foram apreendidos, até o momento, R$ 350 mil em espécie no Rio e em São Pulo, em escritórios e residências, além de veículos, computadores e documentos. O delegado diz que a perícia contábil-financeira nessas empresas já começou a ser feita.
“O nosso foco inicial desse inquérito é a empresa Delta Construções. Está sendo feito um exame pericial para verificar a origem desse recurso que foi transferido. Essa diligência está em curso, há fortes indícios [de desvio de recursos públicos], porque grande parte dos negócios dessa construtora envolvia obras públicas.
Há recursos federais, estaduais e municipais, o exame pericial é justamente para verificar a origem desses recursos”, explicou o delegado.
Essa perícia deve ser concluída em 30 dias. De acordo com Muzzi, ainda não há indício de envolvimento de agentes públicos nem de políticos. O superintendente regional da PF no Rio de Janeiro, Roberto Cordeiro, explica que, se houver indício, os contratos públicos da Delta podem vir a ser investigados. “As investigações continuam. Se nós chegarmos à conclusão de que há indício desse tipo de situação, elas serão investigadas”.
Se as suspeitas forem comprovadas, os responsáveis podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e peculato. A PF ainda não divulgou os dados consolidados das apreensões feitas hoje nos três estados.