Brasil

Delcídio negociou nome para gerência de R$1 bi na Petrobras

Com orçamento de R$ 1 bilhão, a gerência de Tecnologia da Informação (TI) foi escolhida pelo senador petista por ser "menos visada"


	Delcidio Amaral: com orçamento de R$ 1 bilhão, a gerência de TI foi escolhida pelo senador petista por ser "menos visada"
 (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Delcidio Amaral: com orçamento de R$ 1 bilhão, a gerência de TI foi escolhida pelo senador petista por ser "menos visada" (Marcos Oliveira/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 09h43.

São Paulo - Na mesma reunião em que discutiu o pagamento de R$ 4 milhões pelo silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, além de apoio logístico para ele fugir para a Espanha, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) negociou a indicação de um nome para assumir uma gerência da estatal.

Com orçamento de R$ 1 bilhão, a gerência de Tecnologia da Informação (TI) foi escolhida pelo senador petista por ser "menos visada".

"Tem que fazer a Gerência de TI. Porque a Gerência de TI, ela não não tá… ela não é atividade fim. É atividade meio. E ninguém enche o saco", disse o senador petista em conversa com o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro. "Eu vou ver direitinho isso(…) porque TI não está na linha de frente e ó (…) É o que você falou. Tem o orçamento de 1 bilhão", completou.

A conversa sobre nomeações da Petrobras foi iniciada pelo advogado, que chegou a indicar um candidato assumir a diretoria. Ele também questionou o senador sobre a possibilidade de emplacar dois outros nomes, não identificados, que foram referendados pelo petista.

"Deixa eu te fazer uma pergunta. Aqueles dois nomes… É possível ou não é possível?", questionou Ribeiro. "É possível!", respondeu Delcídio, revelando ainda ter influência sobre a estatal. Antes de ser eleito senador, Delcídio Amaral foi diretor da Petrobras. É atribuída a ele a indicação do nome de Cerveró para a estatal.

A conversa entre o senador petista e o advogado aconteceu no final da reunião em um hotel de luxo de Brasília, no dia 4 de novembro, logo após os dois negociaram com o filho de Cerveró, Bernardo, os termos para garantir que o ex-diretor da Petrobras não cite os nomes de Delcídio e do banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pontual, na delação premiada negociada junto ao Ministério Público Federal.

Toda a reunião foi gravada por Bernardo Cerveró. A gravação, com mais de 1h30 de duração, foi encaminhada ao MPF e foi determinante para a decretação, pelo Supremo Tribunal Federal, da prisão de Delcídio, André Esteves e Edson Ribeiro.

Defesa

Maurício Silva Leite, advogado do senador, divulgou nota a respeito da prisão do seu cliente: "A defesa do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) manifesta inconformismo em relação à decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal e a convicção de que o entendimento inicial será revisto", diz o texto.

Questiona-se também a imposição de prisão a um Senador da República que sequer possui acusação formal contra si. A Constituição Federal não autoriza prisão processual de detentor de mandato parlamentar e há de ser respeitada como esteio do Estado Democrático de Direito", conclui a nota.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisDelcídio do AmaralEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoIrregularidadesOperação Lava JatoPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Como chegar em Gramado? Veja rotas alternativas após queda de avião

Vai viajar para São Paulo? Ao menos 18 praias estão impróprias para banho; veja lista

Quem são as vítimas da queda de avião em Gramado?

“Estado tem o sentimento de uma dor que se prolonga”, diz governador do RS após queda de avião