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Delator diz que responsabilidade é da diretoria da Petrobras

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras disse que a "responsabilidade é da diretoria da Petrobras", ao falar sobre o esquema cartelizado de empreiteiras

Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (Valter Campanato/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 21h11.

São Paulo - O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou à Justiça Federal nesta terça feira, 28, que 'a responsabilidade é da diretoria da Petrobras'.

Ao falar sobre o esquema cartelizado de empreiteiras e situações que deram margem a desvios, Costa foi categórico. "Eu vejo na imprensa, às vezes, que toda responsabilidade é de Paulo Roberto Costa e de Renato Duque (ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera). Não é. A responsabilidade é da diretoria da Petrobras. Porque a Petrobras tem uma diretoria. A responsabilidade é da diretoria que aprovava isso tudo."

Paulo Roberto Costa está preso em regime domiciliar. Ele depôs nos processos da Operação Lava Jato. É o primeiro delator do caso. Revelou repasses de porcentuais sobre contratos para partidos políticos e admitiu ter recebido valores desviados de contratos bilionários da Petrobrás. Como delator, ele é obrigado a depor em todas as ações decorrentes da Lava Jato.

Em um trecho de seu novo depoimento, na Justiça Federal em Curitiba, base da Lava Jato, ele afirmou que as empreiteiras UTC Engenharia e Odebrecht lhe "apresentaram sistemática de cartel na Petrobrás".

Segundo ele, representantes da Odebrecht e da UTC Engenharia "fizeram o primeiro contato do cartel de empreiteiras em sua área".

"A partir da entrada de mais obras e mais empreendimentos essas empresas começaram a me procurar e eu tomei conhecimento com mais detalhe dessa sistemática do cartel dentro da Petrobras", declarou Costa, ouvido em cinco processos criminais envolvendo as empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, UTC, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Engevix.

"Foi a partir do final de 2006, início de 2007, que eu tive mais aproximação e mais contato com essas empresas e fiquei conhecendo com mais detalhes esse processo todo, que eu não tinha conhecimento no início da minha gestão (2004), por não ter obra."

Em suas delações, o ex-diretor confessou que recebeu US$ 23 milhões na Suíça, por indicação dos executivos da Odebrecht. Ao ser indagado sobre sua nomeação para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras, no início do primeiro governo Lula, o delator detalhou que foram os ex-deputados do PP José Janene (PR, morto em 2010) e Pedro Corrêa (PE, preso em Curitiba) que fizeram a primeira reunião para indicação de seu nome ao cargo.

A negociação, segundo ele, durou quatro meses e foi aprovada não só pelo Ministério de Minas e Energia como pela Presidência da República.

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São Paulo - O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou à Justiça Federal nesta terça feira, 28, que 'a responsabilidade é da diretoria da Petrobras'.

Ao falar sobre o esquema cartelizado de empreiteiras e situações que deram margem a desvios, Costa foi categórico. "Eu vejo na imprensa, às vezes, que toda responsabilidade é de Paulo Roberto Costa e de Renato Duque (ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera). Não é. A responsabilidade é da diretoria da Petrobras. Porque a Petrobras tem uma diretoria. A responsabilidade é da diretoria que aprovava isso tudo."

Paulo Roberto Costa está preso em regime domiciliar. Ele depôs nos processos da Operação Lava Jato. É o primeiro delator do caso. Revelou repasses de porcentuais sobre contratos para partidos políticos e admitiu ter recebido valores desviados de contratos bilionários da Petrobrás. Como delator, ele é obrigado a depor em todas as ações decorrentes da Lava Jato.

Em um trecho de seu novo depoimento, na Justiça Federal em Curitiba, base da Lava Jato, ele afirmou que as empreiteiras UTC Engenharia e Odebrecht lhe "apresentaram sistemática de cartel na Petrobrás".

Segundo ele, representantes da Odebrecht e da UTC Engenharia "fizeram o primeiro contato do cartel de empreiteiras em sua área".

"A partir da entrada de mais obras e mais empreendimentos essas empresas começaram a me procurar e eu tomei conhecimento com mais detalhe dessa sistemática do cartel dentro da Petrobras", declarou Costa, ouvido em cinco processos criminais envolvendo as empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, UTC, Galvão Engenharia, Mendes Júnior e Engevix.

"Foi a partir do final de 2006, início de 2007, que eu tive mais aproximação e mais contato com essas empresas e fiquei conhecendo com mais detalhes esse processo todo, que eu não tinha conhecimento no início da minha gestão (2004), por não ter obra."

Em suas delações, o ex-diretor confessou que recebeu US$ 23 milhões na Suíça, por indicação dos executivos da Odebrecht. Ao ser indagado sobre sua nomeação para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras, no início do primeiro governo Lula, o delator detalhou que foram os ex-deputados do PP José Janene (PR, morto em 2010) e Pedro Corrêa (PE, preso em Curitiba) que fizeram a primeira reunião para indicação de seu nome ao cargo.

A negociação, segundo ele, durou quatro meses e foi aprovada não só pelo Ministério de Minas e Energia como pela Presidência da República.

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