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Empreiteira pagou R$ 7 mi a Paulo Roberto Costa, diz delator

Fernando Baiano afirmou em delação premiada na operação Lava Jato que a Queiroz Galvão pagou R$ 7 milhões ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa


	Paulo Roberto Costa: ex-diretor de abastecimento da Petrobras teria recebido R$ 7 milhões da Queiroz Galvão
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Paulo Roberto Costa: ex-diretor de abastecimento da Petrobras teria recebido R$ 7 milhões da Queiroz Galvão (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 11h26.

São Paulo - O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, prestou depoimento complementar, em sua delação premiada na Operação Lava Jato, e afirmou que a empreiteira Queiroz Galvão pagou R$ 7 milhões ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. À PF, Baiano citou ainda Augusto Costa, suposto doleiro que teria atuado para a empreiteira, no Rio.

Durante a última semana, a Queiroz Galvão foi citada em um suposto esquema de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB, atualmente no PDT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolveu diretamente o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) na operação de captação de R$ 1,5 milhão em recursos ilícitos.

Machado revelou ainda "medo" com uma "delação" da Queiroz Galvão. Empresas não fazem acordos de colaboração premiada, mas, sim, de leniência.

Em seu depoimento à PF, em 2 de junho, Fernando Baiano relatou que, a partir de 2007/2008, Paulo Roberto Costa começou a pedir a ele para fornecer contas no exterior, "a fim de que empreiteiras efetuassem pagamentos de vantagens indevidas".

Segundo o delator, o ex-diretor da Petrobras informava a qual pagamento era vinculada cada empreiteira. Neste período, afirmou Baiano, ele "não atuava em nenhum outro sentido além de prover as contas".

"Por vezes, Paulo Roberto lhe informou que alguns dos pagamentos eram vinculados à Queiroz Galvão; que por volta de 2008, iniciou uma amizade com Augusto Costa, e que então Augusto Costa procurou o declarante para que ajudasse em questões da Queiroz Galvão junto a Diretoria de Abastecimento, como agilizar aprovação de aditivos, assinaturas de contratos, etc", relatou.

Baiano citou ainda Diego Candolo, que teria atuado com o delator no pagamento de propina.

"Por volta de 2010/2011 , passou a tratar diretamente com Augusto Costa sobre repasses de propina a Paulo Roberto Costa, entregando-lhe número de conta no exterior (de Diego Candolo) e dizendo o quanto deveria pagar, a fim de quitar seus compromissos com Paulo Roberto."

Fernando Baiano afirmou que entregou a Augusto Costa em duas ocasiões números de contas. "O total pago pela Queiroz foi de cerca de R$ 7 milhões, incluindo as ocasiões em que apenas passou contas a Paulo Roberto, não tendo falado diretamente com Augusto Costa."

De acordo com o delator, quando ele fornecia contas no exterior para pagamentos em favor do ex-diretor da Petrobras, Diego Candolo lhe confirmava, em seguida, quanto havia entrado, mas não indicava a conta que havia feito a transferência.

"Então comunicava Paulo Roberto que tal quantia havia ingressado nas contas do exterior; que se recorda ainda que, por volta de 2009, provavelmente primeiro semestre, Paulo Roberto lhe pediu para ir falar com Augusto Costa sobre um pagamento a ser feito pela Queiroz Galvão", disse o delator em seu depoimento.

Baiano relatou ter procurado Augusto Costa, que lhe disse para pegar cerca de R$ 700 mil em uma sala, em um prédio no centro do Rio.

"A sala tinha uma grade externa e parecia ser uma sala de 'doleiro', com estrutura aparentemente temporária; que então foi ao local com uma senha dada por Augusto, e ao dizer a senha recebeu a quantia; que ficou com o dinheiro por alguns dias, e então marcou um encontro com Paulo Roberto em local que não se recorda para entregar o dinheiro."

Defesas

"A Queiroz Galvão não teve acesso o oficial ao depoimento e não comenta investigações em andamento", comentou a empresa por meio de nota. A reportagem procurou a defesa de Paulo Roberto Costa. O espaço está aberto para manifestação.

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