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Defesa de Lula recorrerá de decisão de Moro que manteve sentença

A defesa insiste que não foi comprovado que os valores obtidos pela OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para pagar vantagens indevidas para Lula

Lula: o presidente foi condenado a 9 anos e meio de prisão (Victor Moriyama/Getty Images)

Lula: o presidente foi condenado a 9 anos e meio de prisão (Victor Moriyama/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de julho de 2017 às 17h09.

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciaram na tarde de hoje (18) que vão recorrer da decisão do juiz federal Sérgio Moro, que não acolheu os argumentos apresentados pela defesa nos embargos de declaração após ter condenado o petista a nove anos e meio de prisão.

Nesta fase do processo, as apelações são encaminhadas à segunda instância, no caso o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

Em nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, a defesa do ex-presidente questionou trechos do despacho de Moro publicado hoje de manhã.

"Este juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente", escreveu o juiz.

Para Martins, a frase é uma prova de que Sérgio Moro "criou uma acusação própria, diferente daquela apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF)".

O advogado defende que há falta de correlação entre a sentença e a acusação - o que, segundo ele, "revela a nulidade da decisão" de condenar Lula.

Martins disse ainda que Moro, ao reconhecer que os valores obtidos pela OAS nos contratos com a Petrobras não foram usados para beneficiar Lula, mostrou ter errado ao admitir a estatal como assistente de acusação no processo.

"Mostra, ainda, manifesto equívoco ao condenar Lula a reparar 'danos mínimos' ao reconhecer que o ex-presidente não foi beneficiado com valores provenientes dos três contratos envolvendo a petrolífera que estão indicados na denúncia", diz a nota da defesa.

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