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Defesa de Alckmin se diz surpresa com pedido de envio de inquérito

Inquérito que estava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) apura o suposto recebimento de doações eleitorais ilegais pelo ex-governador de São Paulo

Geraldo Alckmin: defesa do tucano "repele a ideia que o inquérito, enquanto tramitou no STJ e na PGR, tenha servido de 'blindagem' para o ex-governador." (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Geraldo Alckmin: defesa do tucano "repele a ideia que o inquérito, enquanto tramitou no STJ e na PGR, tenha servido de 'blindagem' para o ex-governador." (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 11 de abril de 2018 às 15h35.

São Paulo - A defesa do pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, se disse surpresa, em nota divulgada nesta quarta-feira, com o que chamou de "açodamento de setores do Ministério Público Federal", após o MPF em São Paulo pedir à Procuradoria-Geral da República o envio de um inquérito contra o tucano no âmbito da operação Lava Jato.

Na véspera, a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo enviou ofício à PGR solicitando o envio urgente do inquérito que estava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que apura o suposto recebimento de doações eleitorais ilegais por Alckmin com o envolvimento do cunhado do presidenciável tucano. O inquérito foi aberto após depoimentos de delatores da Lava Jato.

O pedido foi feito pois Alckmin renunciou na semana passada ao cargo de governador de São Paulo para disputar a Presidência na eleição de outubro. Com a renúncia, o tucano deixou de ter prerrogativa de foro junto ao STJ.

"A defesa de Geraldo Alckmin se surpreendeu com a notícia do açodamento de setores do Ministério Público Federal, já que o processo está tramitando normalmente e será remetido, em termo oportuno, para instância competente", afirmou o advogado José Eduardo Alckmin, que representa o tucano, em nota publicada pelo ex-governador paulista no Twitter.

"Espera-se que a apuração dos fatos continue a ser feita de forma isenta e equilibrada, sem contaminação política. Ela (defesa de Alckmin) repele a ideia que o inquérito, enquanto tramitou no STJ e na PGR, tenha servido de 'blindagem' para o ex-governador."

O ofício enviado pela força-tarefa da Lava Jato em São Paulo --destinado ao vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, que representa a PGR junto ao STJ-- argumenta que qualquer procedimento envolvendo Alckmin deve ser encaminhado ao MPF em São Paulo após a renúncia do tucano.

"Os signatários foram designados para atuar em conjunto nos feitos conexos, correlatos e/ou decorrentes da operação Lava Jato em São Paulo, sendo necessário, assim, que as investigações sob atribuição de Vossa Excelência sejam encaminhadas a esta força-tarefa com urgência, tendo em vista o andamento avançado de outras apurações correlatas sob nossa responsabilidade", afirmaram os procuradores no ofício.

"Pelo exposto, solicitamos a Vossa Excelência digne-se de encaminhar a esta força-tarefa, com a maior brevidade possível, todos os feitos judiciais e extrajudiciais relativos à operação Lava Jato que envolvam o ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin, providenciando-se, se necessário, os competentes requerimentos de declínio de foro perante o Superior Tribunal de Justiça", acrescentaram.

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