Repórter
Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 18h06.
A Defesa Civil de São Paulo emitiu um alerta para fortes tempestades e rajadas de ventos em toda a extensão do estado entre sábado, 13, até terça-feira, 17.
Segundo o órgão, a passagem de uma frente fria deve trazer chuva forte e contínua. Há riscos de tempestades, raios, ventania e possível queda de granizo.
Às 17h25 deste sábado, a Defesa Civil emitiu outro alerta para chuvas fortes que avanças pela Zona Leste e Central da capital de São Paulo
A Defesa Civil afirmou que as cidades mais afetadas e com maior acúmulo de chuva serão Presidente Prudente, Marília, Bauru, Araraquara, Campinas, Sorocaba, Itapeva e Registro.
Para alerta alto estão a região metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, Vale do Paraíba, Litoral Norte, Serra da Mantiqueira, Ribeirão Preto, Franca e Barretos.
As áreas menos afetadas, mais que ainda devem manter atenção, ficaram com São José do Rio Preto e Araçatuba.
O estado de São Paulo foi atingido por fortes rajadas de vento entre quarta-feira, 10, e quinta-feira, 11, deixando mais de 2 milhões de imóveis sem energia elétrica. Além do prejuízo, voos foram cancelados e cerca de 2.000 chamados de quedas de árvores foram encaminhados ao Corpo de Bombeiros.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as rajadas de vento chegaram a 82,8 km/h. Desde o início das medições, em 2006, é a primeira vez que a estação meteorológica do Mirante de Santana registra uma sequência tão longa de ventos acima de 70 km/h na capital.
Segundo a Enel sobre o reestabelecimento da energia, a duração atípica do fenômeno meteorológico agravou os danos à infraestrutura elétrica e dificultou o trabalho de recomposição.
As rajadas contínuas provocaram novas quedas de energia enquanto as equipes atuavam no religamento, prolongando o blecaute em diversas regiões.
Em nota, a concessionária afirmou ter mobilizado um número recorde de profissionais, com quase 1.800 equipes trabalhando simultaneamente ao longo da quinta-feira, 11. A Enel informou que, até o momento, conseguiu restabelecer o fornecimento para cerca de 3,1 milhões de clientes, utilizando sistemas de automação e atuação direta em campo.
Mesmo assim, bairros da capital, do ABC Paulista, de Osasco, Itapecerica da Serra e municípios do interior ainda enfrentam dias consecutivos sem energia, afetando residências, comércios e serviços essenciais.
Em nota, a concessionária afirmou que as rajadas contínuas dificultaram o restabelecimento, já que novos desligamentos ocorreram enquanto as equipes trabalhavam no religamento de áreas já afetadas. Isso prolongou o blecaute em diversos bairros e exigiu revisões constantes nos reparos realizados.
O impacto econômico do blecaute é significativo. Segundo a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), os prejuízos podem alcançar R$ 100 milhões. Aproximadamente 5 mil estabelecimentos foram afetados, com perdas de alimentos, danos a equipamentos e queda no fluxo de clientes.
Empresários relatam dificuldades para manter operações básicas, especialmente em locais que dependem de refrigeração e sistemas eletrônicos.
Segundo a Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecom Competitivas (TelComp), zerar risco de apagões custaria R$ 10,8 mil por residência.
Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que comércio e serviços deixaram de faturar ao menos R$ 1,54 bilhão entre a quarta-feira, 11, e a quinta-feira, 12, em razão da falta de energia elétrica.
De acordo com a entidade, o setor de serviços concentrou o maior prejuízo, com perdas superiores a R$ 1 bilhão no período analisado. O comércio varejista aparece na sequência, com impacto estimado em R$ 511 milhões, refletindo a paralisação de atividades, fechamento de lojas e impossibilidade de atendimento ao público.