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Decisão sobre fim da greve nos aeroportos fica para segunda

As paralisações, que começaram 31 de julho, atingem os 63 aeroportos administrados pela Infraero

Funcionários da Infraero durante paralisação no aeroporto de Congonhas, em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

Funcionários da Infraero durante paralisação no aeroporto de Congonhas, em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 15h09.

Brasília - A greve dos aeroportuários completa dez dias nesta sexta-feira, 9, mas uma decisão sobre a continuidade ou fim da paralisação deverá ser tomada somente na segunda-feira, 12.

Em audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) propôs nessa quinta, dia 8, antecipação do aumento real de salário de 1% para setembro deste ano e um novo aumento real de 1,5% para setembro de 2014, além da correção salarial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A oferta feita pela Infraero, no entanto, somente será apreciada pelos trabalhadores em assembleias marcadas para a segunda-feira, às 10 horas. Há expectativa de que se a ideia for bem aceita, permitirá o encerramento da greve no mesmo dia e homologação do acordo na terça, 13, ou na quarta-feira, 14.

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Empregados em Empresas Administradoras de Aeroportos (Sina) e atinge os 63 aeroportos administrados pela Infraero. Só ficaram de fora os terminais que recentemente foram concedidos à iniciativa privada: Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e Brasília. A greve começou no dia 31 de julho, à zero hora.

Já havia sido realizada uma outra audiência de conciliação, na terça-feira, 6, mas não houve avanços. Na ocasião, os trabalhadores reivindicaram ganho real de 9,5%, e a empresa admitia apenas a correção salarial pela inflação oficial. O vice-presidente do TST, ministro Antônio José de Barros Levenhagen, por sua vez, sugeriu um aumento real de 3% para os salários.

Na reunião dessa quinta, a Infraero avançou na proposta aos funcionários, mas inicialmente alegou que não poderia ir além de um aumento real de 1% em janeiro de 2014 e mais 1% real em janeiro de 2015.


Os trabalhadores não aceitaram essa proposta. A empresa, então, antecipou em um mês o reajuste real de 1%, de janeiro de 2014 para dezembro deste ano, e outro, de 1,5%, de janeiro de 2015 para dezembro de 2014.

Mas a antecipação dos reajustes também não agradou os trabalhadores. Diante da situação, a Infraero sugeriu que os dois aumentos reais de salário, de 1% e de 1,5%, sejam pagos em setembro deste ano e setembro de 2014, respectivamente.

A Infraero também aceitou corrigir os salários de três categorias técnicas (analistas de sistema, médicos do trabalho e pessoal de engenharia e manutenção) a partir de janeiro de 2014. O piso salarial dessas funções também será corrigido.

Ficou acertado também que uma comissão formada por trabalhadores e por funcionários indicados pela diretoria da empresa discutirá, a partir de setembro deste ano, soluções de sustentabilidade dos planos de saúde e odontológico e também do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).

O acordo prevê, ainda, a concessão suplementar de um total de 25 tíquetes de vale-alimentação, fornecidos um mês após a assinatura do acordo coletivo, 25 vales em dezembro deste ano, 25 em maio de 2014 e 25 em dezembro de 2014.

As reivindicações e críticas dos aeroportuários, no entanto, vão além dessas questões. A categoria é contrária à política de concessões dos aeroportos, considerada pelo Sina como um processo de "desmantelamento" da Infraero.

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