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Decisão de Toffoli é vista com "preocupação" por Dodge, diz nota da PGR

Segundo o comunicado, o órgão já determinou que sua equipe analise os impactos e a extensão da medida

Raquel Dodge: Procuradora-geral da República diz, por meio de nota, que se preocupa com decisão do ministro Dias Toffoli (José Cruz/Agência Brasil)

Raquel Dodge: Procuradora-geral da República diz, por meio de nota, que se preocupa com decisão do ministro Dias Toffoli (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2019 às 19h45.

Última atualização em 17 de julho de 2019 às 19h47.

A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de suspender processos judiciais que utilizaram dados bancários e fiscais sem autorização judicial prévia é vista com "preocupação" pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de acordo com nota divulgada nesta quarta-feira, 17, pela PGR.

Segundo o comunicado, o órgão já determinou que sua equipe analise os impactos e a extensão da medida de Toffoli, que decidiu após um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) - um dos beneficiados pela determinação do ministro. Essa análise, para a PGR, é necessária para que providências sejam definidas com o fim de evitar "qualquer ameaça a investigações em curso".

A PGR entende que o STF já julgou ser constitucional o envio de informações pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério Público, em julgamento realizado em 2016. "Os estudos estão sendo feitos com base no que foi decidido, em fevereiro de 2016", afirma a nota.

A decisão de Toffoli, assinada na última segunda-feira, 15, também provocou uma reação pública da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que, em nota divulgada nesta quarta, afirma que o compartilhamento de dados sigilosos entre órgãos de controle (Receita Federal, Banco Central e Coaf) foi "objeto de inúmeras decisões judiciais, inclusive do STF".

Para a entidade, condicionar a instauração de investigações criminais à prévia autorização judicial "subverte o ordenamento jurídico nacional" e compromete a imparcialidade do magistrado.

"A suspensão de todas as investigações que tenham por fundamento relatórios de informações financeiras encaminhados pelo Coaf, representações fiscais penais encaminhadas pela Receita Federal e dados encaminhados pelo Bacen, compartilhados sem intervenção judicial, representa enorme prejuízo para importantes investigações em curso no país", afirma a ANPR.

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